ECONOMIA
Uma nova forma de assistir TV no Brasil
Desenvolvido na Paraíba, software que proporciona maior interatividade ao espectador, irá equipar 73% dos aparelhos de TV LCD.
Publicado em 29/02/2012 às 6:30
A partir de 2013, 75% dos aparelhos de televisão fabricados em tela de cristal líquido (LCD) no Brasil deverão obrigatoriamente conter o software Ginga, desenvolvido na Paraíba, que permite a interação para o sinal digital. A medida foi estabelecida por meio de uma portaria dos ministérios de Desenvolvimento e da Ciência e Tecnologia e é válida tanto para os fabricantes quanto para as emissoras que têm concessão pública de radiodifusão.
A estimativa é que até 2014, o percentual aumente para 90% dos televisores com essa tecnologia.
O coordenador de Laboratório de Aplicações de Vídeo Digital (Lavid) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Guido Lemos, acredita que com essa portaria os fabricantes serão impulsionados a produzir aparelhos com os aplicativos de interatividade. “Isso é uma coisa fundamental para o mercado de TV interativa no Brasil e fará com que os fabricantes vendam as TVs com o decodificador de sinal interativo. Antes as pessoas tinham o sinal digital, mas tinham que comprar o decodificador interativo por fora”, completa.
A interatividade nos televisores de sinal digital também deverá influenciar na programação das emissoras que funcionam em canal aberto. Nos programas, as emissoras deverão disponibilizar recursos para a participação ativa de quem está assistindo. A plataforma Ginga permitirá ao telespectador interagir com enquetes de telejornais ou escolher ângulos diferentes para assistir a uma partida de futebol, por exemplo.
Além das novidades na grade de programação, os aplicativos de interatividade devem aquecer o mercado publicitário. As propagandas veiculadas durante os intervalos da programação também devem exibir aplicativos de interatividade. “O mercado publicitário também vai ter que se adaptar e, de certa forma, vai lucrar mais com isso porque a TV interativa vai cobrir tudo, tanto a venda, quanto o retorno dos produtos”, disse.
Embora não sofra interferência direta do governo nas tecnologias utilizadas, as emissoras de canal fechado devem investir ainda mais em sistemas de tecnologia interativa. (Especial para o JP)
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