CULTURA
Cake segue velha receita e ainda faz som saboroso
CD chegaria à internet para saldar as primeiras semanas deste ano, finalmente aportando nas lojas brasileiras neste segundo semestre, levando estampado o selo Oi Música.
Publicado em 18/09/2011 às 6:30
Tiago Germano
O 'showroom de compaixão' foi povoado pelo arsenal de fãs que, desde a virada de 2010 para 2011, esperava ansioso pelo novo álbum trienal do Cake. O CD chegaria à internet para saldar as primeiras semanas deste ano, finalmente aportando nas lojas brasileiras neste segundo semestre, levando estampado o selo Oi Música.
A audiência improvável que esperou até aqui a esta altura já deve saber: o Cake faz mais do mesmo em seu sétimo trabalho, o quinto desde que Prolonging the Magic (1998) deu início a um ciclo episódico que o quarteto californiano vem cumprindo depois do aclamado Fashion Nugget (responsável pela ascensão do gupo, em 1996, embalada por uma versão repaginada do hit antes drag, hoje indie, 'I will survive') e Motorcade of Generosity (1994).
Mais do mesmo não é necessariamente uma má tacada, mas certamente não representa uma senhora jogada de gênio na sonoridade morninha e decantada que leva a marca da turma de John McCrea. Espalhe toda a discografia da banda, alterne sua sequência e brinque de tocá-la em uma nova, de trás para frente, de frente para trás: a constância é o 'estilo' do Cake, das capas dos discos às levadas de suas canções, tipicamente modernas e chiclete se submetidas ao ouvido por um tempo muito prolongado.
Nada muito diferente do que ocorre com outra banda consolidada de sua época, que se aproxima do ideal às vezes raivosamente preguiçoso, mas que também não costuma desagradar seus fãs mais xiitas: o Weezer, que depois de mudarem de cores parecem ter ficado impossibilitados de misturá-las em uma só.
O rumor vocálico de McCrea continua dando o clima cool de jukebox em faixas como 'Long time' e 'Got to move', que levam mais a sério este aparente dogmatismo perpetuado ao som de arranjos leves e versos de melodramas adolescentes.
Carros e paixonites vão dando o tom da degustagem que não satisfaz o paladar até os próximos três anos, nem até este fim do ano, dada a demanda do gênero, mas que é suficiente para não nos fazer esquecer do Cake.
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