CULTURA
Zerando o 'Millennium'
Baseado no primeiro livro da trilogia Millenium, novo filme de David Fincher concorre em cinco categorias no Oscar, confira.
Publicado em 27/01/2012 às 6:30
Assim como o indie Os Descendentes (leia crítica abaixo), que também estreia nos cinemas paraibanos, a refilmagem do cult sueco Millennium - Os Homens Que Não Amavam as Mulheres (The Girl with the Dragon Tattoo, 2012, EUA, Alemanha, Suécia, Reino Unido) concorre ao Oscar em cinco categorias, com destaque para Melhor Atriz para Rooney Mara (A Rede Social).
Baseado no primeiro livro da trilogia Millennium, escrita por Stieg Larsson, o novo filme de David Fincher (Se7en) chega às telonas em pouquíssimo espaço de tempo em relação à versão cult sueca, estrelada por Noomi Rapace (a cigana do novo Sherlock Holmes) em 2009.
Em uma ilha ao norte da Suécia, a jovem de 16 anos Harriet Vanger desaparece nos anos 1960, sem deixar pistas. O local é de propriedade exclusiva da família Vanger e a polícia jamais descobriu o que aconteceu com a adolescente.
Depois de 36 anos, seu tio Henrik (Christopher Plummer) ainda está à procura da jovem e decide contratar Mikael Bomkvist (o atual 007 Daniel Craig), um jornalista investigativo que trabalha na revista Millennium, uma das mais combativas do cenário sueco. O velho patriarca revela para ele que sempre recebe uma flor emoldurada, o mesmo presente que a jovem sobrinha lhe dava até desaparecer.
Bomkvist – que acaba de sofrer um processo por calúnia e difamação – aceita a proposta. Para solucionar o caso, ele precisa contar com os talentos da incontrolável Lisbeth Salander (Rooney Mara), uma hacker bissexual e investigadora particular antissocial.
A SAGA NO PAPEL
O jornalista e escritor sueco Stieg Larsson sempre estava de olho na extrema direita de seu país. À frente da revista esquerdista Expo, fundada e editada por ele, denunciava organizações neofacistas e racistas. Em consequência, recebia várias ameaças de morte.
Viciado em tabaco e trabalho – um legítimo 'workaholic' – , consumia três maços diários de um e o outro lhe consumia entre 14 e 16 horas das 24 que a Terra girava. Mesmo com toda essa carga horária de ativista político, arranjou um tempo para ser escritor de romances após o expediente.
Larsson então escreveu sinopses detalhadas do que viria a ser a decalogia Millennium. Depois de colocar um ponto final no segundo volume, colocou os dois embaixo do braço e foi atrás de um editor, que se entusiasmou com a série.
Somando o sedentarismo e estresse crônicos, depois de entregar os originais do terceiro tomo do Millennium, foi subir as escadas da redação em virtude do elevador enguiçado e não passou do sétimo degrau: teve um ataque cardíaco fulminante aos 50 anos, fazendo da decalogia uma trilogia que vendeu mais de 60 milhões de exemplares no mundo todo.
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