Camisa de Ronaldo é sensação na 25 de Março, em São Paulo

Do G1

Falsificada ou 100% original, como fazem questão de grafar as lojas de material esportivo, a camisa do Ronaldo Fenômeno, do Corinthians, virou febre neste sábado (20), o último antes do Natal, dia que a região da Rua 25 de Março, conhecido centro de comércio popular de São Paulo, foi invadida por uma multidão, atrás de boas compras e baratas.

Vendedores ambulantes e lojistas comemoram as vendas da camisa 9 com o nome do jogador, independentemente de ser falsa ou original. Neste sábado, nas bancas dos camelôs que tomaram conta da Rua 25 de Março, a peça de tamanho P podia ser encontrada por R$ 13. Em média, é vendida por R$ 15. Já nas lojas de material esportivo, a original custa até 10 vezes mais – de R$ 129,80 a R$ 159,99.

Apesar do preço salgado, os lojistas não têm do que reclamar. “Vendemos 1.000 camisas do Ronaldo em três dias. E se tivéssemos mais, venderíamos mais”, afirmou o balconista Alessandro Teixeira de Moraes, da Zona Livre Sports, localizada na esquina da Rua 25 de Março com a Avenida Senador Queirós. No concorrente da frente, na Mercadão dos Esportes, cada um dos nove vendedores da loja já tinha vendido quatro camisas do Ronaldo cada um apenas neste sábado.

Mas foram os ambulantes, apesar da fiscalização dos agentes da Guarda Civil Metropolitana, que fizeram a festa com a camisa do Ronaldo. Um camelô que não quis se identificar afirmou ter vendido, ao custo de R$ 15 cada uma, nada menos do que 200 peças só no período da manhã. “Está vendendo muito bem”, afirmou, logo após efetuar mais uma venda.

Valdo dos Santos Almeida, agente administrativo de 47 anos, disse que comprou a camisa para o filho, Jonatas, de 10 anos. “Ele está me pedindo a camisa desde o início do ano. Então aproveitei para comprar. Mas ainda vou atrás do presente dele de Natal”, contou. Apesar de adquirir o produto, Almeida reclamou do preço. “Aqui na ‘25’ está superfaturado. Lá em Itapevi (na região metropolitana de São Paulo) os camelôs estão vendendo por R$ 15 também. Pensei que aqui estivesse mais barato”, explicou.

De reclamação por parte dos ambulantes que vendiam a camisa do Ronaldo, só a concorrência de outros camelôs e a fiscalização dos guardas-civis na região. “Comecei a vender hoje (sábado) a camisa e já vendi 20 (unidades). Está vendendo bem. Só não vendi mais porque os guardas não estão deixando”, disse o ambulante José Almir Gonçalves da Silva, já com as camisas enfiadas em um saco preto para facilitar a fuga quando os agentes se aproximavam.

De acordo com estimativas das associações representativas dos lojistas da região da 25 de Março, de 800 mil a um milhão de pessoas devem passar pelo centro de comércio neste sábado. Pelos cálculos, em média cada consumidor gasta R$ 70,00. “A previsão é de um crescimento nas vendas de 7% em relação ao Natal do ano passado”, disse Miguel Giorgi Júnior, lojista há 50 anos na região e presidente da Federação do Turismo de Compras e Negócios de São Paulo.

Com esta multidão transitando pela ‘25 de Março’, os consumidores literalmente sentiram na pele o que é congestionamento humano. Disputando espaço em plena via e calçadas com os ambulantes, precisaram de muita paciência para evitar encontrões e se locomover.

Baixinhas, com pouco mais de um metro e meio cada uma, Eloísa, a tia, e Estéfani Cotrim, a sobrinha, disputavam espaço no meio da multidão. “Nem me fale. Temos que tomar cuidado, pois senão passam por cima da gente. Mesmo assim, compensa. Vim de Belo Horizonte no ano passado e voltei este ano para fazer compras”, disse Eloísa, esbanjando disposição para encarar o mar de gente à sua frente e, assim, fechar a lista de compras de Natal.