COTIDIANO
Juiz determina inquérito para apurar compra de votos
Aluízio Bezerra determinou a abertura de dois inquéritos na Polícia Federal para apurar se houve captação ilícita de votos praticada pelo vereador eleito Felipe Leitão (PRP).
Publicado em 10/10/2008 às 9:37 | Atualizado em 26/08/2021 às 23:42
Adja Brito, do Jornal da Paraíba
O juiz Aluízio Bezerra, da 64ª Zona Eleitoral, determinou na quinta-feira (9) a abertura de dois Inquéritos na Polícia Federal, visando a apurar captação ilícita de votos supostamente praticada pelo vereador eleito Felipe Leitão (PRP) e pelo vereador João Almeida (PMDB), que, neste pleito, ficou na suplência da coligação ‘Unidos por João Pessoa’ (PMDB, PSL).
Ambos são acusados de participar de esquema de boca-de-urna no dia das eleições. O delegado federal Derly Brasileiro está responsável para investigar Felipe Leitão. Já o delegado federal Rodrigo Carvalho ficou responsável pelo IP de João Almeida. Ambos vão ter 30 dias para fazer as diligências e apresentar os relatórios.
Aluízio Bezerra lembrou que, na quinta-feira que antecedeu as eleições, por causa de denúncias que apontavam para crime eleitoral, havia autorizado a PF a realizar busca e apreensões nas residências e escritórios dos acusados e de seus familiares. “A PF conseguiu apreender dinheiro e várias listas contendo nomes de pessoas que teriam sido aliciadas para votar em determinado vereador. Também foram efetuadas prisões para averiguação. Agora, o promotor Amadeus Lopes solicitou a abertura dos inquéritos e eu autorizei”, contou Aluízio Bezerra.
O caso de Felipe Leitão, eleito com 4.846 votos, foi denunciado por eleitores das comunidades Boa Esperança, Bela Vista, Sonho Meu, Taipa, Vila da Palha e Colinas do Sul (Gervásio Maia). O vereador eleito está sendo acusado de ‘dar calote’ nos eleitores por não ter ‘honrado o seu compromisso’ de pagar R$ 70 por cada voto. Os eleitores que denunciaram o fato ganharam o benefício da delação premiada, já que vender votos também é crime.
Já o caso de João Almeida testemunhas que moram no bairro Cruz das Armas, segundo comentou o juiz eleitoral, fizeram declarações importantes sobre possível compra de voto pelo vereador que tentava a reeleição. “Foram apreendidos alguns documentos. O inquérito policial vai apontar se houve crime”, contou o juiz.
Além dos inquéritos policiais, o promotor eleitoral, Amadeus Lopes, baseado no artigo 41 A da Lei 9.504, combinado com o artigo 22 da LC 64, deve ajuizar duas Aijes (Ação de Investigação Judicial Eleitoral): uma contra Felipe Leitão e outra contra João Almeida. Amadeus Lopes, de acordo com o que apuraram as investigações, ainda poderá entrar, no período indicado, com recurso contra as diplomações (de vereador e de suplente de vereador) dos dois acusados.
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