ECONOMIA
Montadora da Caoa era apenas um caô?
Após anunciar construção de uma montadora no Estado e insinuar desistência, Grupo Caoa gera desconfiança entre paraibanos e dirigentes do setor empresarial.
Publicado em 06/11/2012 às 6:00
Após 4 meses de silêncio, promessas de encontros oficiais que nunca aconteceram e insinuações que apontam para a desistência de trazer uma montadora de veículos para a Paraíba, o Grupo Caoa gera desconfiança entre paraibanos e dirigentes do setor empresarial.
Segundo o presidente da Federação de Indústrias do Estado da Paraíba (Fiep), Buega Gadelha, o natural seria que a empresa procurasse os gestores do estado e da indústria para iniciar negociações, no entanto isto não aconteceu. “A Caoa nunca procurou a Fiep, nem o governo. Eu, particularmente, não entendo as motivações deles e não alimento expectativas. Isto porque sequer o trivial ocorreu até agora”, comentou.
A questão da possível montadora ressurge após quase quatro meses desde que o Grupo Caoa divulgou, em comercial na televisão, que iria instalar uma fábrica no estado, justamente no momento em que o paraibano assiste o início das obras da fábrica da Fiat no município de Goiana, na Zona da Mata de Pernambuco. Investimento que deve chegar a R$ 4 bilhões.
Para o vice-presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), José Carneiro, a situação era clara desde o começo. “Eu reitero aquilo que disse nas entrevistas anteriores e não me sinto orgulhoso de que os fatos atuais comprovem que a proposta da empresa era de confundir o paraibano. Eu gostaria de estar enganado, porque a fábrica seria uma redenção para nossa economia”.
O assunto 'Caoa' também motivou uma série de reproduções de uma reportagem divulgada na internet, no final de setembro, de acordo com a qual supostamente o Grupo Caoa teria desistido de implantar a montadora de automóveis na Paraíba. Segundo o texto, o gestor do grupo Carlos Alberto Oliveira Andrade teria mencionado decisões judiciais que provocaram o fechamento de duas lojas na Grande João Pessoa e este, portanto, teria sido um dos fatores que influenciaram a desistência. A decisão teria sido encaminhada ao governador Ricardo Coutinho. No entanto, de acordo com a assessoria do governador, até ontem, nenhum comunicado oficial da empresa havia chegado.
A reportagem do JORNAl DA PARAÍBA tentou, sem sucesso, contatar o Grupo Caoa e o gestor Breno Landim nos últimos meses. Ao solicitar diversas vezes o posicionamento oficial do Grupo sobre o assunto, por meio da assessoria de marketing da Caoa, em São Paulo, não obteve nenhum posicionamento até o fechamento desta edição.
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