Cássio anuncia pacote "anticrise" e fala mais uma vez sobre Caso FAC

Phelipe Caldas

O governador Cássio Cunha Lima (PSDB) foi o entrevistado do Paraíba Agora, da Rede Paraíba Sat. No programa especial desta segunda-feira (2), ele falou sobre uma série de ações de seu governo e anunciou para esta terça-feira (3) um pacote “anticrise” para manter a saúde financeira na Paraíba.

A principal medida, segundo o tucano, é a isenção fiscal para o consumidor, que através de desconto do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) terá parte dos gastos em compras devolvido como crédito.

"Ao contrário do que acontece normalmente, em que só as empresas têm direito a isenção fiscal, desta vez ela será também dada ao próprio consumidor, que a cada compra pode acumular créditos de ICMS e assim pagar suas contas de água, luz, IPVA e telefone”, destacou.

Cássio prometeu ainda um crédito de R$ 10 bilhões para as micro-empresas da Paraíba, através de linhas de financiamento da Companhia de Desenvolvimento da Paraíba (Cinep) , que passará a pagar até R$ 2 milhões por projeto. “Vamos criar instrumentos para que o setor privado também tenha, do Governo do Estado, estímulo e apoio para atravessar a crise", garantiu.

Ações de governo

Cássio Cunha Lima fez também um relato sobre várias ações de seu governo. Em relação ao salário mínimo, que desde este domingo (1º) passa a ser de R$ 465, o governador garantiu que já a partir do mês de fevereiro o servidor público estadual terá direito ao reajuste. Ele disse que a Paraíba é um dos primeiros estados brasileiros a anunciar publicamente a adesão ao novo valor e lembrou que o Estado pagará o salário deste mês no dia 26.

No que diz respeito às políticas da Paraíba para a educação e para a alfabetização de adultos, ele reconheceu que apesar do esforço do Estado, os resultados ainda são muito tímidos. “Fizemos um estudo e descobrimos que existe um sério problema de visão não identificado entre os paraibanos. E sem ver direito, o estudante tem dificuldade em aprender”, destacou. Para ele, é necessário um programa para a realização de exames e entregas de óculos para a população mais carente.

Cássio disse ainda que se reúne na tarde desta segunda com os delegados da Polícia Civil para retomar as negociações e tentar o fim definitivo da greve, mas não antecipou quais contra-propostas ele levará para o encontro. E sobre os demais concursos, como o dos policiais civis e militares, magistrados e agentes penitenciários, ele garantiu que todos os aprovados serão convocados.

Cassação

O governador Cássio Cunha Lima aproveitou a entrevista no programa Paraíba Agora para falar mais uma vez sobre o processo de cassação que ele enfrenta. Cássio disse que cometeu um erro ao não ter capacidade para se comunicar de forma adequada com a sociedade e com a imprensa brasileira, mas reafirmou que está sendo julgado por algo que não cometeu.

Ele disse que a Casa Civil do Estado tem uma lei de décadas que permite a ajuda financeira a não carentes e que por ironia as últimas mudanças dela foram sancionadas pelo senador José Maranhão (PMDB), quando este ocupou o Governo da Paraíba.

Por fim, ele se disse vítima de uma campanha difamatória do Sistema Correio de Comunicação, classificado por ele como sendo uma “poderosa empresa do PMDB”, diretamente interessado na sua cassação.

Leia artigo que o governador escreveu e que foi publicado na Folha de São Paulo