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CULTURA

Na aba da Rainha do Forró

Após cinco anos da sua morte, cantora Marinês será homenageada por diversos artistas no Teatro Severino Cabral, em Campina Grande. 

Publicado em 13/05/2012 às 6:30


O baiano Gilberto Gil a chamava de 'Grande Mãe'. A maioria dos artistas nordestinos a comparam com Luiz Gonzaga (1912-1989), incluindo o título de nobreza da nação do arrasta-pé: Marinês, a 'Rainha do Forró'. O trono está vazio desde sua morte, há exatos cinco anos, completados nesta segunda-feira.

Abrindo espaço através do centenário de nascimento do 'Rei do Baião', nesta segunda-feira a cantora pernambucana será homenageada na cidade que a adotou, Campina Grande, no palco do Teatro Municipal Severino Cabral, às 19h30, por vários artistas que conviveram ou foram influenciados por ela.

A Orquestra Sinfônica Jovem da Paraíba (OSJPB) executará obras que ficaram famosas na voz de Marinês, como “Campina Grande”, de José Orlando, e “Saudade de Campina Grande”, de Rosil Cavalcanti. Junto com os músicos da OSJPB, a cantora Sandra Belê interpretará clássicos como “Asa branca” (Gonzagão e Humberto Teixeira), “Meu cariri” e “Aquarela nordestina”, estas últimas composições do Rosil Cavalcanti.

“Quando comecei a cantar ouvia muito Luiz Gonzaga”, relembra Belê. “Mas senti necessidade de ouvir uma voz feminina”, complementa, recordando que ficou encantada com a potência sonora das cordas vocais de Marinês.

Com o timbre parecido com o da cantora pernambucana, Sandra Belê não fica chateada quando comparam os cantos. “Na verdade, fico feliz porque a voz dela era maravilhosa.”

Para cantar “Rompeu aurora”, composta por Antônio Barros, foi escolhida a cantora Wilma. “Antes de Marinês participar do São João daqui eu já cantava suas músicas”, analisa.

Wilma também apresentará “Maria Marinês”, canção criada por Marcelo Lancelott que ela gravou em homenagem. “Ela tinha uma grande visão da música nordestina. Pra mim, ela foi e continua sendo a 'Rainha'.”

“Conheço o trabalho dela desde que me entendo por gente”, conta Sussa de Monteiro, que escutava seus discos através do pai, um motorista que chegou a conduzi-la em algumas viagens.

O sanfoneiro 'puxará o fole' para “Quadrilha é bom” (Zé Dantas) e “Por debaixo dos panos” (Cecéu). “Ela continuará para sempre na música nordestina autêntica.”

O tradicional pé-de-serra patrocinado pelo triângulo, sanfona e zabumba do Jeito Nordestino trará um pout-pourri de sucessos como “Na emenda” (Manuel Euzébio e Juarez Santiago) e “Puxando fogo” (Elino Julião e João Machado). “Marinês é uma pioneira, uma referência para todo o forrozeiro”, atesta o vocalista Dinho Lopes.

Por fim, o sanfoneiro e compositor Amazan presta sua homenagem assinada por ele mesmo em “Rainha do Nordeste”, onde brinca com os títulos de algumas das canções da pernambucana. Completando sua participação no tributo, “O fole roncou”, música de Nelson Valença e Luiz Gonzaga imortalizada na voz de Marinês.

“Ela foi fundamental e teve uma contribuição enorme para o Nordeste”, afirma Amazan. “Não é à toa que era chamada de 'Luiz Gonzaga de saias', além de ser a 'Rainha do Xaxado'."

Para conferir o tributo ao grande ícone da cultura popular nordestina, basta doar um quilo de alimento não perecível no próprio Teatro Severino Cabral. A arrecadação destinará para as instituições filantrópicas Lar de Maria e o Grupo de Apoio ao Paciente Oncológico (Gapo), ambos de Campina Grande.

Imagem

Jornal da Paraíba

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