VIDA URBANA
Falta de pediatra em CG prejudica atendimento
Estado conta com 514 pediatras, 343 deles atuam em João Pessoa e o restante é distribuído para o 222 municípios.
Publicado em 24/04/2013 às 6:00 | Atualizado em 13/04/2023 às 14:52
Quem precisa de atendimento em pediatria na cidade de Campina Grande sofre com a falta de médicos e superlotação nos hospitais da cidade. Já os diretores das unidades de saúde reclamam que faltam profissionais especialistas nessa área no mercado e buscam fortalecimento da rede básica de saúde.
Segundo a Sociedade Paraibana de Pediatria (SPP), o Estado conta com 514 pediatras, 343 deles atuam em João Pessoa e o restante é distribuído para o 222 municípios.
A solução nesse tipo de situação, segundo o presidente da SPP, Gilvan Barbosa, é melhorar o atendimento básico e contratar pediatras nos postos de saúde, para assim, evitar superlotação nos hospitais. De acordo com Gilvan, o ideal de atendimento é de um pediatra para cada grupo de 200 crianças e adolescentes, só que hoje na Paraíba a situação é de um profissional nessa área para 800 crianças.
“Primeiramente, deve haver um estímulo ao trabalho nessa especialidade, que não se resolve a curto prazo. Em segundo, em 90% dos casos de atendimento em pediatria pode ser resolvido em postos de saúde, só que a rede básica hoje não está fortalecida e muitos pais procuram diretamente os hospitais, onde deveriam atender casos de urgência e emergência, ficando as situações mais simples para as unidades básicas de saúde”, ressaltou.
Maria Clarice, mãe de uma criança de 4 anos, afirmou que percorreu dois hospitais da cidade no turno da noite à procura de atendimento para a filha que está resfriada. Na Clipsi Hospital Geral, ela foi informada que só havia um clínico geral, o atendimento ia demorar pelo plano de saúde e não houve triagem. Logo em seguida Maria Clarice procurou o Hospital Municipal da Criança e do Adolescente e conseguiu atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas reclamou da demora para a filha ser atendida.
A diretora técnica do Hospital da Criança e do Adolescente, Alana Tereza Borges, disse que a unidade conta com três pediatras no turno da manhã e dois à noite. A média diária de atendimento no local é de 200 crianças e adolescentes. Para ela, o grande problema hoje é a falta de médicos e de educação em saúde. “Além de precisarmos de mais profissionais, é preciso fortalecer a rede de atendimento nas unidades básicas de saúde para atuarmos em parceria e trabalhar a questão da educação em saúde”, informou.
Desde janeiro, quando foi registrado 2.701 atendimentos, a procura vem aumentando mês a mês. O hospital contabilizou 2.985 atendimentos em fevereiro; março chegou a 4.482 procedimentos; e em abril, durante os 20 primeiros dias do mês, a quantidade já chega perto dos quatro mil atendimentos. “Como estamos em um período de sazonalidade de doenças, essa demanda só tende a aumentar até julho. Uma das soluções encontradas pela Secretaria de Saúde a curto prazo será a contratação de mais pediatras para o Hospital da Criança em todos os horários”, ressaltou.
Já o diretor da Clipsi Hospital Geral, José Marcos, informou que a unidade conta hoje com dez pediatras atuando todos os dias, só que há casos pontuais que eles não podem atender na Clipsi e o atendimento é feito por um clínico geral. Como a demanda é muito alta, chegando a 120 crianças por dia, segundo José Marcos, ocorre que o atendimento se torna demorado e, às vezes, não há possibilidade de fazer triagem dos pacientes. Ele também reclamou da falta de profissionais no mercado e lembrou que a Clipsi é um hospital de urgência e emergência, só que “muitos pais procuram a unidade para receber atendimento que poderia ser feito em um posto de saúde do próprio bairro”.
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