ECONOMIA
Herança cultural barra mudança de produção do couro
Segundo presidente da associação, não é todo mundo que quer parar de trabalhar com a casca de angico.
Publicado em 08/07/2012 às 15:00
Localizada na cidade de Cabeceiras, no Cariri, a cooperativa Arteza, que compreende 72 trabalhadores que utilizam o couro para a produção de seus artefatos, participou desse estudo realizado pelo grupo de pesquisa da UFCG. José Carlos Castro, 56 anos, presidente da associação, ressaltou a importância de se buscar alternativas para a extração do tanino vegetal, contudo, foi tímido no que diz respeito à substituição de imediato do angico-vermelho para a jurema vermelha.
“Isso é uma questão cultural. Não é todo mundo que quer mudar e deixar de trabalhar com a casca de angico. Temos 40% de nossos cooperados que trabalham diretamente no curtume, enquanto que os outros 60% produzem o artesanato, e eles ainda preferem o angico-vermelho. Para mudar, precisa ser um processo longo, de trabalho de conscientização, mesmo hoje existindo uma dificuldade grande dos trabalhadores comprarem a casca”, disse Carlos.
O preço do quilo da casca de angico-vermelho é de R$ 0,70, segundo o presidente da cooperativa, que existe há 13 anos. Um preço que poderia ser menor se houvesse a substituição para a jurema vermelha, já que de acordo com Carlos, o valor do quilo seria comercializado entre R$ 0,50 e R$ 0,60. “Seria mais barato.
Só que ainda não temos condições de comprar em larga escala porque não há empresas que já façam essa extração. Por isso que o cenário deverá permanecer o mesmo”, concluiu.
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