CULTURA
Todo dia é dia de poesia
Documentários sobre Cruz e Sousa e Mário Quintana, serão exibidos pelo canal SescTV, em homenagem ao Dia Nacional da Poesia.
Publicado em 13/03/2012 às 6:30
Na véspera do Dia Nacional da Poesia, o canal pago SescTV homenageia duas vozes seminais da lírica brasileira: Mário Quintana (1906-1994) e Cruz e Sousa (1861-1898).
Os poetas são tema, respectivamente, dos documentários Pequenos Tormentos da Vida (2006), de Gustavo Spolidoro, e Cruz e Sousa, a Volta do Desterrado (1998), de Cláudia Cárdenas e Rafael Schlichting.
Exibidos hoje, às 21h30, pela série CurtaDoc, os curtas-metragens têm reapresentação nas próximas quinta-feira, às 9h, e sábado, às 22h.
Segundo o poeta Ed Porto, Quintana foi um dos autores que melhor representaram "o homem urbano com seus afazeres cotidianos e suas angústias e prazeres".
Em comemoração à data que celebra a 'arte de voar fora da asa' ou o 'ofício do inutensílio' , Ed Porto lembra-se de Quintana ao lado de Manoel de Barros, poetas que, em suas palavras, tem "estilos simples, criativos e que retratam fielmente os seus habitats".
"Ambos me tocam. Um por ser urbano (Quintana) e outro rural (Manoel de Barros). No caso de Quintana, a cidade-cenário é Porto Alegre. Manoel faz o mesmo, só que no cenário do Pantanal Matogrossense".
Acima de todos eles, para Ed Porto, só Carlos Drummond de Andrade (1902-1987): "Minha identificação primeira foi com Carlos Drummond, poeta multifacetado, e uma das maiores referências poéticas mundiais. Drummond é o mundo todo: Rio de Janeiro e Itabira".
Antecipando o Dia Internacional da Poesia, Ed ainda revela sua admiração por Vladimir Maiakovski (leia abaixo), autor daquele famoso verso: "Dizem que em algum lugar, parece que no Brasil, existe um homem feliz".
"Amanhã é um dia de homenagem coletiva à poesia", concorda Sérgio de Castro Pinto. "Merecem palmas dos poetas mais consagrados aos mais obscuros. Até os maus poetas, que ensinam aos bons o que não se deve fazer: os que veem a poesia mais como um legado do diabo que uma dádiva do céu".
E falando em obscuridade, é o carioca Alexei Bueno quem evocará a memória de Augusto dos Anjos (1884-1914): " Já que estamos no ano do centenário do Eu (1912), meu homenageado será Augusto dos Anjos. 'Monstro de escuridão e rutilância': não conheço definição mais sintética e perfeita do que seja o homem, e, fora isso, o verso possui, em suas cinco palavras, uma sonoridade encantatória quase mágica, na qual sentimos tanto a escuridão quanto a rutilância da alma humana".
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