CULTURA
Selo lança Comedores de Lixo
Agora, depois de lançar Amargo, da Rotten Flies, o selo lança o novo álbum do Comedores de Lixo, outra banda importante da cena hardcore de João Pessoa.
Publicado em 21/10/2012 às 8:00
No início do ano, o Jornal Microfonia se desdobrou em um selo fonográfico, contando com a experiência de Adriano Stevenson, ex-proprietário da Cactus Discos (selo que movimentou o underground pessoense na década passada).
Agora, depois de lançar Amargo, da Rotten Flies, o selo lança o novo álbum do Comedores de Lixo, outra banda importante da cena hardcore de João Pessoa.
Gravado em julho do ano passado em João Pessoa, Aos Mortos é o primeiro disco de estúdio do grupo e é pautado pelo som rápido, direto e sem firulas, com letras dignas da aula de sociologia: criminalidade (‘Novo heroísmo’), sociedade (‘Estado paralelo’), pobreza (‘Alarde’, ‘Esmolas’), etc. São 16 petardos de não mais que 2 minutos, como reza a cartilha do hardcore.
“Em termos de som, pode-se dizer que somos uma banda que toca hardcore, punk, crossover. Mas em termos de ideologia, não somos ligados a nenhum movimento e não temos rótulos.
Somos apenas antenados com a realidade”, comenta o vocalista Lawrence.
Lawrence conta que a ideia da banda é sempre fazer um disco mais irado – ou ao menos igual – ao anterior. “A gente gosta de música rápida e nossa linha de som é essa mesma. E não temos pressão pra criar nossas músicas, logo elas saem do jeito que a gente quer”, diz.
O vocalista integra a velha guarda do grupo criado em 1996, ao lado do baterista Beto. O guitarrista Roninho já é da nova geração (entrou para o time em 2005) e o disco conta com o baixo de Anselmo, que depois das gravações foi morar em Portugal, sendo substituído por Macel.
“Acho que as mudanças de formação têm contribuído para esse som, pois hoje a banda é metade velharia e metade juventude.
Então eles vêm com todo gás e nos fortificam ainda mais, apesar de saber que os antigos integrantes gostavam de manter o som rápido e agressivo também”, pondera o vocalista.
Por fim, Lawrence comenta como utiliza o celular para compor.
“Eu sempre gostei de fazer minhas bases (musicais) e mostrar para banda, muito embora não toque violão, nem conheça uma nota musical”, conta. “Então, quando eu tenho a ideia de uma base, pego o celular e gravo, cantarolando”.
As ideias, diz ele, surgem em casa, no carro e até no trabalho. “No trabalho eu me escondo em algum lugar. Já em casa, faço em qualquer lugar mesmo. Acho que minha mulher pensa que eu sou doido (risos)”.
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