VIDA URBANA
Área de preservação está sendo desmatada, diz Apam
Área no bairro Alto Branco, num local conhecido como Jardim Menezes, está sendo desmatada irregularmente para loteamento de casas.
Publicado em 01/02/2012 às 8:40
A Associação de Proteção Ambiental (Apam) denunciou ontem ao Ministério Público Estadual (MP) a derrubada irregular de árvores nativas da região em uma área de preservação em Campina Grande. A área fica localizada no bairro Alto Branco, num local conhecido como Jardim Menezes e, segundo a Apam, está sendo desmatada irregularmente para loteamento de casas.
O representante da associação, ambientalista Roberto Almeida, alerta que, além da questão da derrubada de árvores em extinção, como o cedro e de outras nativas, como o mulungu, jucá e cajarana, a vegetação sustenta uma área considerável do bairro. “Se a mata for retirada, todas as casas que estão construídas em volta estarão ameaçadas por deslizamentos. A retirada dessa cobertura vegetal poderá resultar em problemas da mesma natureza que o vivenciado pela região serrana do Rio de Janeiro”, disse.
O ambientalista, que também é coordenador da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Sudema) em Campina Grande, informou que o órgão também está consciente do problema. Como providências, a Sudema apreendeu o trator usado para a derrubada da mata e notificou o responsável pela área para prestar esclarecimentos. “Para lotear um terreno como esse, é obrigatório a emissão de uma licença por parte da Sudema, entretanto não há nenhum documento dando essa autorização”, explicou Roberto Almeida.
O aposentado Manoel Marques de Barros, de 93 anos, mora há 40 anos no local onde o trator começou a desmatar. Ele disse que ficou assustado quando viu a máquina “começar a acabar com tudo”. Seu Manoel vive com a esposa, Maria Ferreira, de 70 anos, e com alguns filhos e netos, e não quer saber de desocupar a área. “É toda uma vida aqui. Muitas dessas árvores que tem por aqui foram plantadas por mim e é triste ver tudo isso se acabar”, contou.
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