CULTURA
Centenário da simplicidade
Centenário de nascimento do cronista Rubem Braga é comemorado com lançamentos e reedições da obra do escritor.
Publicado em 12/01/2013 às 6:00
“Tudo o que nos separava subitamente falhou”, chegou a escrever um dos maiores cronistas do país, Rubem Braga, cujo centenário de seu nascimento é celebrado hoje. A frase poderia encaixar na aproximação que o leitor tem com sua prosa, tão admirada pela beleza da simplicidade enxergada e descrita nas suas linhas.
“Deve-se a ele o melhor tratamento do estilo e a inclusão da crônica, definitivamente, como gênero literário”, analisa Gonzaga Rodrigues, cronista e colunista do JORNAL DA PARAÍBA.
“Ele era inabordável, diferente de Graciliano (Ramos), que também era introvertido, mas dava pra encontrá-lo pelas livrarias”, lembra Gonzaga do temperamento introspectivo do autor capixaba de Cachoeiro de Itapemirim, no sul do Espírito Santo.
“Ele tem a clareza da observação, um certo humor melancólico... E sempre aquela elegância que só a mão calejada dá conta do recado”, descreve o escritor paraibano André Ricardo Aguiar.
Quatro meses antes de sua morte, aos 77 anos, em 12 de dezembro de 1990, já diagnosticado com câncer de faringe, Braga viajou do Rio a São Paulo para cuidar pessoalmente de sua cremação, lembrando sua crônica Berço de Mata-Borrão, onde conta sua curiosa pesquisa atrás da melhor maneira de se fazer o ritual.
NAS LIVRARIAS
Em virtude do centenário, o grupo editorial Record, que publica toda a obra do escritor, está programando uma série de lançamentos e reedições. A previsão das novidades para ocupar as prateleiras de todo Brasil é entre os meses de fevereiro e março.
Entre as novidades se encontra Retratos Parisienses (José Olympio), uma coletânea de mais de 30 crônicas nunca antes reunidas em livro, criadas no período em que Rubem Braga foi correspondente do Correio da Manhã em Paris, entre 1949 e 1952.
Um dos títulos mais vendidos do autor (150 mil exemplares) ganha uma nova edição: 200 Crônicas Escolhidas (Record) terá capa dura, novo formato (16 x 23 cm) e prefácio.
Outra reedição é Na Cobertura de Rubem Braga (José Olympio), obra onde o jornalista José Castello reconstrói a vida do cronista através de fotos e depoimentos de escritores e intelectuais.
Já Rubem Braga, O Lavrador de Ipanema (Record) é uma seleção de 14 crônicas, escritas entre os anos 1930 e 1980, cuja temática é o amor à natureza.
Por fim, O Menino e o Tuim (Galerinha), rara obra infantil sobre a influência de um passarinho na vida de um garoto, inédito pela Record, mas já lançado pela Quinteto Editorial.
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