CULTURA
Em entrevista, Alceu Valença revela como será festa de logo mais
Jornal da Paraíba entrevistou o cantor Alceu Valença que a atração desta sexta-feira (25) do Bloco Picolé de Manga, que abre a prévia carnavalesca de João Pessoa.
Publicado em 25/02/2011 às 11:00
Tiago Germano
Do Jornal da Paraíba
O Picolé de Manga está atingindo a maioridade: com 18 anos, é homem feito e quer provar o gosto e o sumo da ‘Morena Tropicana’. E quem irá trazê-la, para deleite dos foliões, é o próprio Alceu Valença, em show que é a grande atração do primeiro dia do ‘Folia de Rua’ e que promete aquecer a concentração do bloco nesta sexta-feira (25), a partir das 20h, na rua Rodrigues Chaves, no Centro de João Pessoa.
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“Minha música está no inconsciente do público. A energia no palco vem da verdade, da maneira como eu canto. Minha música não é comercial, ela demora, mas chega”, diz Alceu por telefone à reportagem do Jornal da Paraíba. O cantor, compositor e arauto do frevo traz à Paraíba seus sucessos puxados no ritmo pernambucano, como ‘Bicho maluco beleza’ e o próprio ‘Morena Tropicana’, canção cujos primeiros versos inspiraram o bloco Picolé de Manga a batizá-lo com este nome.
“Algumas gravações minhas viraram hinos do Carnaval, como ‘Voltei, Recife’, que é dos anos 1980 e até hoje é cantada em qualquer lugar do Brasil”, afirma Alceu Valença, ressaltando que, quando se trata de Carnaval,cantar Recife em plena João Pessoa revela a ancestralidade cultural que une as duas capitais: “O frevo não é só pernambucano. Pouca gente sabe, mas quem colocou velocidade no frevo-canção foi um paraibano, Jackson do Pandeiro. De onde é a Orquestra Tabajara? Da Paraíba. De onde é Sivuca? Da Paraíba. São Bento do Una (cidade onde o cantor nasceu) é muito mais próxima culturalmente de Patos que de Olinda, por exemplo”.
Esta identidade cultural nordestina está presente na expressão que Alceu Valença usa para definir seu estilo: a ‘raiz reinventada’: “Minha música tem a ver com raízes, com intimidade, com a alma dos brasileiros. Mesmo sem tocar nas rádios, elas tocam na gente porque são espontâneas, espirituais e puxam por essa ancestralidade que tive a sorte de adquirir por ser do sertão e viver no litoral, incorporando também a cultura africana que está impregnada em tudo”.
Rompendo de vez com as grandes gravadoras em 1987, Alceu tem investido pesado nesta comunicação com o público, se dedicando a shows e registros de suas apresentações ao vivo, como seu famoso show no Marco Zero, em Recife, que gerou CD e DVD em 2006.
Em seu site oficial, o cantor disponibilizou uma versão para download de sua mais recente produção, o ‘Frevo da lua’, que gerou também um clipe que pode ser visto nas páginas de suas redes sociais. O artista antecipa que voltará a João Pessoa já no São João, com um show dedicado a Luiz Gonzaga, Genival Lacerda e Jackson do Pandeiro.
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