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VIDA URBANA

Voluntários levam fé e assistência a detentos

Cerca de 100 pessoas da Pastoral Carcerária participam do trabalho na Paraíba.

Publicado em 25/08/2013 às 11:00 | Atualizado em 14/04/2023 às 16:21


Ser a presença de Cristo no universo do cárcere. É assim que se define a Pastoral Carcerária, projeto da Igreja Católica que presta assistência religiosa e social para homens e mulheres que se encontram nos presídios e cadeias. No Brasil, a pastoral foi constituída pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em 1986 e já tem 27 anos de serviços prestados, fruto do trabalho voluntário de centenas de fiéis.

Na Paraíba, que segundo dados de junho deste ano da Secretaria de Estado da Administração Penitenciária (Seap), tem uma população carcerária de 8.867 presos, a pastoral está presente nas cinco dioceses existentes no Estado (João Pessoa, Campina Grande, Patos, Guarabira e Cajazeiras). De acordo com o padre João Bosco do Nascimento, que coordena a Pastoral Carcerária na Paraíba, cerca de 100 pessoas participam desse trabalho nessas cinco dioceses.

Um exemplo que representa a dedicação ao trabalho desenvolvido pela pastoral no Estado é o da administradora Joselma Albuquerque, 64 anos, coordenadora do projeto nos 61 municípios que compõem a Diocese de Campina Grande.

Atualmente, segundo ela, cerca de 60 pessoas atuam na pastoral, seja nas visitas aos internos e internas, seja no apoio prestado às famílias dessas pessoas.

Integrante da pastoral há quase 13 anos, Joselma conta que nunca havia entrado em um presídio até o dia 4 de novembro do ano 2000, data que marca o seu ingresso no trabalho desenvolvido pela diocese. O convite ao qual ela se refere como um chamado de Deus veio de forma inesperada em um consultório médico.

“Eu sempre pedia a Deus que me apontasse um caminho para que eu pudesse ajudar as pessoas de alguma forma. Foi então que estava em um consultório médico para fazer um exame e conheci a Irmã Carolina, freira que atuava na pastoral. Ela me falou sobre o trabalho e me convidou para participar. No sábado da mesma semana fui ao presídio, passei boa parte do dia lá e, desde então, nunca mais deixei de ir”, relatou.

As primeiras impressões, destaca Joelma, são bem diferentes daquilo que a maioria das pessoas imaginam. “Não tive medo, preconceito, nem qualquer sentimento deste tipo. A presença da pastoral é recebida com aplausos pelos internos. Saí de lá encantada com a quantidade de ações que são desenvolvidas e com vontade de ajudar cada vez mais”, relembrou.

À luz do trabalho que a pastoral se propõe a fazer, Joselma acredita que a principal missão dos voluntários é resgatar a dignidade dos presos, independente das razões pelas quais eles se encontrem nessa situação. Para ela, é impossível dissociar o trabalho de evangelização dos internos da promoção de ações que buscam tornar mais humanas as condições para que essas pessoas possam pagar suas dívidas com a Justiça.

Uma vez por semana as equipes se dividem para fazer a visitação nos presídios e cadeias, além da realização de missas mensais na Casa de Albergue do Monte Santo, em Campina Grande.

Imagem

Jornal da Paraíba

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