ECONOMIA
Exportações têm queda de 15,79% na Paraíba
De janeiro a junho de 2013, o volume exportado atingiu US$ 105,06 milhões contra os US$ 124,762 milhões de 2012.
Publicado em 23/07/2013 às 6:00 | Atualizado em 14/04/2023 às 14:35
Nem a alta do dólar – que torna o produto paraibano mais barato e atrativo para o consumidor estrangeiro – conseguiu elevar as exportações da Paraíba no primeiro semestre deste ano. A baixa foi de 15,79% sobre o mesmo período do ano passado, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC). De janeiro a junho de 2013, o volume exportado atingiu US$ 105,06 milhões contra os US$ 124,762 milhões de 2012. No país, a queda no primeiro semestre foi de 2,38%, enquanto no Nordeste o recuo foi próximo ao da Paraíba (15,65%).
Sobre o dólar, ele valorizou 9,4% no semestre, mas o percentual não fez muita diferença mesmo. Em junho, por exemplo, quando o dólar comercial estava em alta, o crescimento das exportações foi de apenas 2,85% (US$ 13,429 milhões para US$ 13,813 milhões). Já as importações fecharam em alta de 18,21% (US$ 350,594 milhões) e a balança comercial, que compara exportação e importação, apresentou déficit de US$ 245 milhões.
Vale lembrar que as importações são mais desinteressantes que as exportações para a economia do país, uma vez que aquela representa 'compra' (débitos para o empresariado) e a última 'venda' (lucros para a indústria) de produtos.
DÓLAR NÃO AJUDOU
Atualmente em R$ 2,24, o dólar deveria incentivar as exportações ao tornar os produtos brasileiros mais competitivos no exterior. A subida da moeda norte-americana, no entanto, não se traduzirá em saldos melhores na balança comercial. Segundo especialistas, a queda no preço internacional das commodities (bens agrícolas e minerais com cotação no exterior) e o aquecimento das importações praticamente anularão os efeitos do câmbio sobre o superávit comercial.
Segundo os especialistas, as perspectivas em relação à cotação das commodities foi o principal fator que fez a diminuição do superávit da balança comercial cair, apesar da disparada do dólar nos últimos meses.
O presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, disse que o câmbio praticamente não afeta a venda de produtos agrícolas e minerais para o exterior. “O câmbio não afeta a exportação das commodities, que sustentam o saldo da balança comercial, de produtos manufaturados, não das commodities.
Para o presidente da AEB, a desaceleração da China e a estagnação econômica da Europa, que são os principais importadores mundiais de produtos básicos, têm puxado a queda dos preços internacionais. “A recuperação dos Estados Unidos não interfere muito porque o país, apesar de importar muitas matérias-primas, também é um grande exportador de commodities”, comenta.
NORDESTE
Com relação ao Nordeste, os embarques de janeiro a junho (US$ 7,701 bilhões) corresponderam a 1,38% do total exportado pela Paraíba e tiveram queda de 15,65%
METADE DAS EMPRESAS REGISTRA RECUO
Dos dez maiores exportadores da Paraíba no primeiro semestre, a metade registrou queda no volume embarcado e outra metade comemorou altas. Como costumeiro, a indústria Alpargatas aumentou sua participação no primeiro semestre deste ano (46,65% para 49,65%), mas, em contraponto, registrou uma queda de volume exportado (-6,35%). A detentora da marca de sandálias Havaianas caiu dos US$ 55,7 milhões em produtos encaminhados para o exterior para os atuais US$ 52,1 milhões.
Fora a Alpargatas, tiveram reduções as indústrias: Mini Alimentos (-4,94%), a Tavares de Melo (-66,78%), a Usina São João (-27,21%) e a Agroval (-41,13%). Entre aquelas em que os percentuais foram positivos, o destaque foi da Millennium Organic (2º lugar no ranking) e que elevou de US$ 5,2 milhões para US$ 7,2 milhões.
De acordo com a Fiep, os principais produtos exportados foram calçados de borracha, Ilmenita, sucos e mamões.
Já os principais compradores foram oriundos da França, Austrália, Estados Unidos, Cuba e Argentina.
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