Rachado, PMDB tenta evitar briga interna entre filiados

A crise no PMDB, gerada pela briga interna por poder, se alastrou de João Pessoa para o resto do Estado. No partido há três correntes distintas que vivem em pé de guerra e viraram um grande desafio para o senador José Maranhão, presidente estadual da sigla. Muito mais preocupado em apagar os incêndios que ocorrem internamente, o parlamentar ainda não anunciou sequer uma estratégia visando a atração de novos filiados para a legenda.

Uma ala do partido defende a manutenção da aliança com o governador Ricardo Coutinho (PSB), enquanto outra prefere apoiar o senador Cássio Cunha Lima (PSDB). Entre ricardistas e cassistas, uma ala ainda resiste e busca preservar a autonomia. O grupo seria composto pelo menos pelos deputados Hugo Motta e Raniery Paulino.

Na disputa por mais espaço na legenda, o comando dos diretórios municipais é objeto da cobiça dos filiados. Para tentar, mais uma vez, minimizar os conflitos entre os filiados, o partido se reuniu na última sexta-feira, na capital, porém não houve um desfecho em relação a alguns diretórios.

ENCONTRO

Nesta situação se encontra o deputado Raniery Paulino, que reivindica a manutenção das atuais presidências dos diretórios de Rio Tinto e Itapororoca, como forma de evitar que as outras correntes ganhem mais força. O parlamentar sustenta que a presidência dos diretórios precisa permanecer nas mãos dos peemedebistas históricos.

“Minha posição e interesse maior é que o PMDB não pode ficar a mercê de Ricardo nem de Cássio, deve ser o PMDB dos peemedebistas”, disse. As duas alas só não teriam mais força no PMDB em virtude da figura do senador José Maranhão, um dos que defendem a autonomia no partido. “Eu acredito e trabalho muito por um PMDB autônomo, mas existem sim estes grupos, não posso negar, como também existem peemedebistas que buscam a autonomia do partido”, avaliou Raniery.

Em relação à queda de braço entre os deputados Manoel Júnior e Gervásio Maia pelo comando do diretório da capital, Raniery afirmou que faltou diálogo entre os dois, mas defendeu a candidatura de Manoel Júnior à prefeitura de João Pessoa. Agora, caberá a Manoel Júnior buscar a unidade do partido em prol de sua pré-candidatura.