POLÍTICA
Operação Pão e Circo prende três prefeitos
Esquema fraudulento constatado em 13 municípios e na Funjope pode ter deviado mais de R$ 60 milhões dos cofres públicos.
Publicado em 29/06/2012 às 6:00
O Ministério Público da Paraíba (MPE) vai pedir à Justiça o afastamento dos prefeitos de Sapé, João Clemente Neto (DEM); de Solânea, Francisco de Assis de Melo (PMDB); e de Alhandra, Renato Mendes Leite (DEM), presos ontem, durante a Operação 'Pão e Circo', deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco/MPPB) e Polícia Federal, com o apoio da Controladoria Geral da União (CGU), por participação em um esquema fraudulento que desviou R$ 65 milhões dos cofres públicos.
As irregularidades foram constatadas em 13 prefeituras da Paraíba, além da Fundação Cultural de João Pessoa (Funjope), na capital, e tinham como finalidade desviar dinheiro público e fraudar procedimentos de contratação de serviços para a realização de eventos festivos (Ano Novo, São João e São Pedro, Carnaval e Carnaval fora de época, aniversários das cidades, etc).
As prefeituras envolvidas são: Mamanguape, Sapé, Solânea, Santa Rita, Itapororoca, Conde, Jacaraú, Mulungu, Boa Ventura, Capim, Cuité de Mamanguape, Cabedelo, Alhandra. As irregularidades também foram constatadas na Funjope, onde teria havido direcionamento nos processos de licitação para contratar empresa responsável pelo show pirotécnico do último Réveillon, em João Pessoa.
Segundo o delegado de repressão aos crimes financeiros da PF, Fabiano Martins, os 28 mandados de prisão temporária, os 65 mandados de busca e apreensão e os sete mandados de condução coercitiva, ordens de sequestro de bens móveis e imóveis, expedidos pelo Tribunal de Justiça e pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região foram cumpridos em 18 municípios paraibanos e no estado de Alagoas. Os mandados de prisão também tiveram como alvo empresários que atuam no ramo de eventos festivos e outros servidores públicos. Um dos mandados foi cumprido em Alagoas, contra o empresário Carlos Abílio Ferreira da Silva. A primeira-dama de Solânea, Lúcia Lemos, e mais dez servidores públicos (sendo três secretários municipais) também foram presos. Foram apreendidos imóveis, armas sem registro, uma lancha, carros nacionais e importados e R$ 56 mil.
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