VIDA URBANA
Serviço psiquiátrico pode fechar
Serviço municipal funciona em espaço cedido pelo HUAC, que está pedindo o local para fazer uma ampliação no hospital.
Publicado em 24/01/2014 às 6:00 | Atualizado em 23/06/2023 às 12:19
O serviço municipal de emergência psiquiátrica de Campina Grande poderá ser suspenso por falta de espaço para funcionar.
O atendimento é feito atualmente em um local provisório, cedido pelo Hospital Universitário Alcides Carneiro (HUAC), mas, segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a direção do hospital está pedindo o espaço de volta e não há outro local preparado para receber a ala. A emergência oferece 21 leitos, ao custo de R$ 150 mil mensais.
A emergência atende principalmente aos usuários de drogas ou dependentes de álcool que precisam ser internados para desintoxicação e atendimento de saúde, com período máximo de permanência de 21 dias. Entre as vagas ofertadas, oito leitos são destinados exclusivamente à crianças e adolescentes que consomem substâncias psicoativas, enquanto os demais leitos são destinados aos adultos.
A secretária de Saúde do município, Lúcia Dercks, informou que vai solicitar a prorrogação do acordo com o HU para evitar a suspensão do atendimento.
“Estamos em um impasse porque a emergência psiquiátrica não pode ser instalada em qualquer lugar, porque o Ministério da Saúde exige que os leitos só podem funcionar em um hospital geral e em Campina Grande temos uma escassez de leitos. Vamos pedir que a direção do HU nos dê um prazo maior”, disse Dercks.
O Ministério da Saúde determina ainda que este tipo de serviço deve funcionar preferencialmente em hospitais públicos ou filantrópicos e que por isso está descartada a possibilidade de transferir os leitos para um hospital privado. A lei exige ainda que o hospital tenha Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e clínica geral, para garantir um atendimento de saúde amplo e adequado os pacientes psiquiátricos que apresentam outros problemas de saúde.
O projeto da Prefeitura é criar um anexo no Hospital Municipal Pedro I para receber os 21 leitos, mas a unidade precisará passar por adequações. A emergência psiquiátrica só pode funcionar em áreas que não tenham contato direto com as demais alas do hospital e só pode ser instalada no andar térreo, para prevenir tentativas de suicídio. “Será necessário fazer uma grande adequação, o que deve custar até R$ 400 mil.
Esperamos ter uma solução até março”, afirmou Lúcia Dercks.
Já a diretora geral do HU, Berenice Ferreira, disse que a Secretaria de Saúde firmou acordo com a direção da unidade, se comprometendo a utilizar o espaço apenas até o mês de dezembro. No final do ano, a diretoria da unidade foi novamente procurada pela Secretaria e um novo acordo foi firmado, estendendo o prazo de utilização do ambiente até o dia 26 deste mês.
Berenice afirmou ainda que até agora o HU não foi comunicado sobre nenhuma decisão por parte da Secretaria de Saúde, mas ressaltou que o hospital não trabalha com a possibilidade de estender o prazo de utilização.
“Esse empréstimo já nos causou até transtornos e reclamações por parte dos profissionais que lá atuam, que esperavam melhores instalações para trabalhar”, destacou, ressaltando que no local deverá funcionar uma ampliação do serviço de infectologia do HU.
O serviço está instalado há cerca de seis meses no HU, desde que a emergência psiquiátrica que funcionava no Hospital Doutor Edgley foi desativada por problemas na estrutura.
“Decidimos desativar porque encontramos os leitos instalados num local insalubre, próximo ao muro que divide o hospital do terreno do Cemitério de José Pinheiro. Houve casos de entrada de animais até pessoas que foram atacadas por ratos”, explicou a secretária de Saúde do município, Lúcia Dercks.
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