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CULTURA

Crise entre Klein e a OSPB

Músicos da OSPB pediram em documento, que Secult substitua o maestro titular Alex Klein pelo assistente Luiz Carlos Durier.

Publicado em 06/09/2012 às 6:00


Mais uma vez, a Orquestra Sinfônica da Paraíba (OSPB) é protagonista de uma polêmica envolvendo seu quadro de músicos profissionais, o maestro Alex Klein e o secretário de Cultura, Chico César.

Depois de uma assembleia geral realizada na noite de 24 de agosto, no Cine-teatro Banguê, em João Pessoa, músicos e servidores da OSPB assinaram quase que por unanimidade (apenas um músico não assinou) um documento pedindo o afastamento de Alex Klein do posto de regente titular e da direção artística da orquestra.

O abaixo-assinado, que foi encaminhado à Secretaria de Estado da Cultura (Secult), sugere a substituição de Klein por Luiz Carlos Durier, regente da Orquestra Sinfônica Jovem da Paraíba e maestro assistente da OSPB.

Segundo Klein, o estopim da confusão (que repercutiu nacionalmente, com textos publicados no blog do pianista Alvaro Siviero, do Estadão) foram os problemas constatados na contratação de 18 músicos pertencentes ao quadro docente da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

Os contratos foram julgados irregulares pelo Tribunal de Contas da União (TCU), na medida em que os professores universitários se recusaram a abandonar o contrato de exclusividade firmado com UFPB, o que acarretaria em uma diminuição salarial.

"Por 20 anos, a orquestra tem sido sequestrada por um corporativismo e por um coronelismo que têm impedido que ela volte a ser um cartão de visitas da Paraíba. Desde fevereiro estamos fazendo uma renovação da música sinfônica no Estado.

O que vemos agora é que aqueles coronéis estão nervosos porque acabou a mamata", critica Klein, que aponta a existência de 'músicos fantasmas' na orquestra e de profissionais que desde fevereiro ainda não se apresentaram nos ensaios da OSPB.

"Os contratos terminaram por razões jurídicas, já que não havia legalidade. Eu acho maravilhoso que músicos da orquestra sejam também da universidade. Quando toquei na Orquestra Sinfônica de Chicago eu também lecionei na universidade, mas renunciei ao contrato de exclusividade. Recebia menos, mas ganhava pela orquestra", lembrou o maestro.

Músicos e servidores da OSPB voltaram a se reunir ontem, às 20h, na Sala Verde do Espaço Cultural, em uma coletiva de imprensa. A reportagem falou com quatro deles, que não quiseram se identificar, temendo represálias por parte do Governo do Estado.

Os músicos acusam Klein de não se abrir ao diálogo e de violar a autoridade do conselho artístico da OSPB, definindo a pauta e o repertório da orquestra sem consultar os 19 membros do conselho.

Klein rebate: "O que vejo é uma tentativa dos músicos de jogar palavras-chave na mídia, tratando-a como veículo de propagação deste coronelismo. Me chamam de 'centralizador', 'ditador' e 'déspota' porque há um vácuo de liderança na OSPB. Em qualquer orquestra do mundo é o regente quem escolhe o repertório. Não há sequer uma palavra na lei da orquestra contra isso".

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Jornal da Paraíba

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