COTIDIANO
Testemunhas relatam tortura
Sete testemunhas já foram ouvidas pela Polícia Civil em inquérito policial instaurado para apurar a suposta prática de tortura.
Publicado em 08/08/2012 às 8:00
Sete testemunhas já foram ouvidas pela Polícia Civil em inquérito policial instaurado para apurar a suposta prática de tortura realizada por policiais militares em Campina Grande. Os policiais continuam sendo apontados como agressores de Thiago Moreira, 27, que faleceu no último domingo. Para o comando do 2º Batalhão da Polícia Militar, seu efetivo é que foi vítima de agressão e o próprio Thiago provocou os hematomas em seu corpo.
Policiais envolvidos ainda devem ser intimados para depor nos próximos dias. Somente nos próximos 15 a 30 dias, após o laudo pericial do Núcleo de Medicina e Odontologia Legal (Numol), haverá melhor definição sobre as versões apresentadas. De acordo com a delegada Cassandra Duarte, um ofício foi encaminhado à PM solicitando a relação dos policiais que atenderam à ocorrência, no interior da residência do policial no bairro do Santo Antônio.
O administrador do estabelecimento e o médico que atendeu Thiago no hospital Dr. Edgley, além da esposa da vítima, Alessandra Alves, e mais quatro moradores do bairro já foram ouvidos. “Foi negada e descartada a versão de que os policiais teriam tentado obrigar a unidade hospitalar a prestar atendimento ao Thiago, que estava em óbito e não deu entrada. Ao chegarem no hospital, o médico confirmou que a vítima tinha sinais vitais inexistentes. Ele ficou no necrotério do hospital até conseguir a guia de encaminhamento ao Numol”, disse Cassandra Duarte.
As demais testemunhas ouvidas até o momento confirmaram as agressões em depoimento à polícia. “Algumas pessoas confirmaram que viram a agressão. Há também a informação de que populares pediram que eles parassem de agredir Thiago, pois ele tomava remédios. Como o laudo preliminar do Numol deu causa a determinar, por enquanto vamos ouvir os policiais envolvidos e esperar o resultado do exame anatomopatológico”.
O caso ocorreu às 13h do domingo, quando Thiago Moreira teria sofrido um surto psicótico, possivelmente causado por crise de abstinência da sua dependência química. Ele invadiu a casa do policial militar, que fica a menos de 50m de sua residência.
Segundo a família, Thiago tentou pedir ajuda. Ele foi sepultado ontem. O inquérito policial e a sindicância da ouvidoria da Secretaria de Segurança devem ser concluídos nos próximos 30 dias.
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