CULTURA
Atriz Márcia Cabrita morre aos 53 anos, vítima de câncer
Ela enfrentava a doença desde 2010 e estava internada há 10 dias.
Publicado em 10/11/2017 às 8:34
A atriz carioca Márcia Cabrita moreu nesta sexta-feira (10), aos 53 anos. Ela tinha se afastado do trabalho há três meses, quando gravava a novela Novo Mundo, para se tratar de um câncer no ovário. Segundo o ex-marido da atriz e pai da filha da artista, Ricardo Parente, ela estava internada há dez dias no Quinta D'Or, no Rio de Janeiro, em decorrência do agravamento da doença. Ela teve a morte confirmada no início da madrugada.
Parente disse que "ela foi em paz" e não sofreu. Márcia foi diagnosticada com câncer no ovário em março de 2010 e, como parte do tratamento, havia retirado os ovários e o útero. Márcia deixa sua filha, Manuela.
A atriz Cacau Protasio publicou uma foto ao lado da artista para se despedir. "Amiga Vai com Deus, eu tive o prazer, à alegria, a sorte de trabalhar, conviver, contracenar com você, eu amo você, o céu está em festa, pois está recebendo o anjo mais lindo, você fará muita falta, nos encontramos no céu", escreveu Cacau, com uma foto bem-humorada com a amiga.
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Este mês, Márcia Cabrita começaria a filmar um filme baseado em "Sai de baixo", em São Paulo. Escalada para "Novo mundo", última novela das 18h da TV Globo, a atriz chegou a ser substituída por Vivianne Pasmanter. A direção preferiu poupá-la de muitas gravações externas por causa de sua saúde. Mais tarde, foi anunciado que a humorista teria outro papel a partir do capítulo 60.
A última novela de Márcia na Globo foi "Morde & assopra", em 2011. Nos últimos anos, a atriz participou de humorísticos do Multishow, como "Vai que cola" e "Treme, treme".
Trajetória
Filha de imigrantes portugueses, Márcia Martins Alves nasceu em Niterói, no estado do Rio, em 20 de janeiro de 1964. Ao estudar artes cênicas, conheceu Luís Salem, seu parceiro durante toda a carreira. Com ele, fez uma peça infantil produzida por Aloísio Abreu, outro com quem sempre trabalhou.
Juntos, os três montaram o espetáculo "Subversões", encenado no antigo Crepúsculo de Cubatão, em Copacabana. Na trilha sonora, paródias de hits como "Meu nome é Creuza", versão de "Como uma deusa", de Rosana, que acabou fazendo sucesso.
Sua primeira aparição da TV foi em 1992, na minissérie "As noivas de Copacabana", de Dias Gomes. Participou da série cômica "Os Trapalhões" (1993-95), de "Pé na Cova" (2013) e "As Canalhas" (2014). Fez ainda as novelas "Sete pecados" (2007), "Beleza pura" (2008) e "Morde & assopra" (2011).
Em texto como colunista convidada para Revista O Globo, publicado em 2011 - época em que alimentava o blog "Força na peruca", sobre sua relação com o câncer, Márcia criticou a cobrança sofrida por pessoas com a doença. "Ao contrário do que muitos fantasiam, não tirei de letra. Não sei o porquê, mas existe uma ideia estapafúrdia de que quem está com câncer tem que, pelo menos, parecer herói. Nãnãninã não! Quem recebe uma notícia dessas não consegue ter pensamentos belos. Bem... eu não conseguia. A cobrança de positividade acabou se tornando um problema. Me olhava no espelho branca, magrela e de cabelos curtinhos (antes de caírem) e me achava pronta para fazer figuração na Lista de Shindler".
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