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CULTURA

Tintim por Tintim

Adaptado por Spielberg, Tintin chega nesta sexta-feira (20) às telas dos cinemas paraibanos, trazendo ação e muita nostagia.

Publicado em 20/01/2012 às 6:30


Steven Spielberg tem uma eterna gratidão com a imprensa. A descoberta dos quadrinhos de Tintim pelo diretor norte-americano se deu há mais de 30 anos, quando a crítica comparava seu arqueólogo Indiana Jones em Os Caçadores da Arca Perdida com as aventuras do personagem criado pelo belga Hergé (1907-1983).

"Quando o conheci fiquei encantado com seu mundo, seu humor.

Senti que tínhamos muita coisa em comum", relembrou o cineasta na coletiva de imprensa em Paris.

Com os direitos adquiridos desde 1983 através da viúva do quadrinista, o ‘Peter Pan’ de Hollywood temia em alçar no voo da adaptação. "Para ser fiel a Hergé e ao universo de Tintim foi necessário esperar a aparição e desenvolvimento da tecnologia", analisou Spielberg. “Era uma época analógica. E eu me preocupava em não chegar a um roteiro que satisfizesse a lembrança que milhões de pessoas tinham sobre esses personagens ilustrados. Então, passei ao menos uma década tentando desenvolver o roteiro”, falou o diretor em outra ocasião à Reuters.

A confiança veio quando entrou em cartaz a animação O Expresso Polar (2004), do seu pupilo Robert Zemeckis (Forrest Gump - O Contador de Histórias), realizada com o ‘motion capture’, técnica que consiste nos atores de carne e osso atuarem em frente a uma tela vazia, com sensores de captura de movimento presos a eles.

Os dados desses movimentos são repassados a computadores e servem de molde para a criação e ‘vida’ do personagem no filme.

Com o avanço tecnológico do ‘motion capture’ ao longo dos anos, finalmente Spielberg – junto com ‘O Senhor dos Anéis’ Peter Jackson, que lia Hergé desde criança – produziram As Aventuras de Tintim - O Segredo do Licorne (The Adventures of Tintin: The Secret of the Unicorn, EUA, Nova Zelândia, 2012), animação que estreia nos cinemas paraibanos nesta sexta-feira. O público poderá conferir a produção em sessões convencionais ou em três dimensões, como também em cópias dubladas ou legendadas.

Por causa do personagem não ter a fama que existe no seu berço europeu, Spielberg contratou roteiristas que nasceram e cresceram no Velho Mundo folheando as aventuras do jovem repórter tupetudo e seu fiel cão Milu.

CINEASTA SEM CÂMERA
A trama toma como base dois álbuns da série em quadrinhos: O Segredo do Licorne (1943) e O Tesouro de Rackham, o Terrível (1944). O longa mostra Tintim (o britânico Jamie Bell, de Billy Elliot) comprando na rua um modelo de um galeão antigo. Com interessados em comprar o objeto, como o milionário doutor Sakharine (o atual 007 Daniel Craig), o jovem descobre uma pista para um tesouro perdido com a carcaça do galeão original.

Com seu faro jornalístico aguçado, Tintim se junta ao narigudo Capitão Haddock (Andy Serkis, um verdadeiro profissional do ‘motion capture’, que tem o personagem Gollum da trilogia O Senhor dos Anéis no seu currículo) para embarcarem nessa aventura em alto mar.

Colecionando vários prêmios, entre eles o Globo de Ouro de Melhor Animação, As Aventuras de Tintim - O Segredo do Licorne também concorre ao prestigiado Bafta na Inglaterra e é um forte candidato ao Oscar deste ano.

Segundo o próprio Steven Spielberg, a animação carrega na sua essência respeitar o estilo e espírito do seu criador. "Hergé foi um grande artista, ilustrador e escritor. Foi um cineasta sem câmera", definiu Spielberg. "Acho que teria gostado do filme, sinceramente", acrescentou.

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Jornal da Paraíba

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