VIDA URBANA
Mais de 11 mil pessoas tratam glaucoma
Estimativa da Secretaria Municipal de Saúde é que mais de 11 mil pessoas recebem acompanhamento oftalmológico na capital.
Publicado em 19/10/2013 às 6:00 | Atualizado em 18/04/2023 às 17:19
Há 3 anos o aposentado José Salvino da Silva, de 76 anos, foi diagnosticado com glaucoma. Desde então, a cada três meses o aposentado que mora em Juripiranga, no Agreste paraibano, vem até João Pessoa para fazer o tratamento da doença. Assim como ele, a estimativa da Secretaria Municipal de Saúde é que mais de 11 mil pessoas recebem acompanhamento oftalmológico na capital, vindas de outros municípios do Estado.
O aposentado passou a vida toda sem nenhuma queixa sobre problemas visuais, até que percebeu a visão embaçada e procurou um especialista. Assim como José Salvino, 80% dos portadores de glaucoma só consultaram um oftalmologista ao perceber alguma mudança no campo visual (vista borrada, perda da visão, olhos vermelhos). O dado faz parte de uma pesquisa divulgada este mês pela Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG) e foi realizada com 100 pacientes de três hospitais do estado de São Paulo.
Para os médicos especialistas no assunto, essa resistência dos pacientes em procurar o oftalmologista é recorrente e a demora em fazer o tratamento para controlar a doença é o principal fator de risco para a perda total da visão. A oftalmologista e chefe do setor no Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW), na capital, Isabella Queiroga, explica que o glaucoma é uma doença silenciosa e o tipo crônico de ângulo aberto é o mais comum entre os pacientes.
Segundo a médica, a doença é silenciosa e no caso deste tipo os pacientes só descobrem em fases avançadas. “Esse tipo é assintomático até fases bem avançadas da doença. Geralmente o glaucoma crônico é bilateral e acomete os dois olhos”, explicou. Ainda de acordo com Isabella Queiroga, o outro tipo de glaucoma é o secundário, que aparece em decorrência da complicação de outra doença ocular.
Nesse último caso, o fator que origina o glaucoma é a falta de tratamento adequado. “Existem doenças oculares que podem produzir um glaucoma secundário. Por exemplo, uma inflamação intraocular. O problema pode evoluir para um glaucoma, que seria a complicação da doença. Certas doenças na retina, em seus estágios finais, também podem originar glaucoma”, completa a oftalmologista Isabella Queiroga.
Um glaucoma secundário foi o que afetou a aposentada Maria da Penha Guedes, de 79 anos. Por não conseguir fazer o tratamento correto de um problema de catarata, ela desenvolveu um glaucoma do tipo secundário. Por sorte, a doença foi diagnosticada ainda na fase inicial e a visão foi preservada.
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