GOE investiga vínculo entre carro abandonado e sequestradores

Karoline Zilah

A polícia pode até ter prendido dois acusados de participação no assassinato de um policial militar e no sequestro da família de um empresário da construção civil, em João Pessoa, mas as investigações não param. O objetivo da Operação Eldorado é encontrar um terceiro homem que teria dado apoio ao crime, identificado como Odin Victor Americano Sondajl Filho.

Neste fim de semana, surgiu mais uma pista que pode ajudar o Grupo de Operações Especiais (GOE) da Polícia Civil, responsável pelas investigações, a localizar os demais integrantes da quadrilha que planejou a ação.

O GOE enviou nota à imprensa informando que os policiais encontraram um carro Palio Weekend de cor prata, com placas do Rio de Janeiro. O veículo estava abandonado na rua Hidelbrando Tourinho, no bairro de Miramar, em João Pessoa, e possivelmente seria utilizado por outros criminosos envolvidos no sequestro de parentes do empresário Hebert Maia, da Construtora Hema, ocorrido no dia 31 de março.

Na ocasião, foram sete horas de negociações até que dois acusados se entregaram. Um terceiro homem estaria esperando a dupla em um carro, mas teria fugido ao perceber a chegada da polícia.

De acordo com o GOE, o veículo foi periciado, inclusive com levantamento de impressões digitais, e está recolhido no pátio da Secretaria Estadual de Segurança Pública e Defesa Social, onde a polícia aguarda um posicionamento do Poder Judiciário. O prazo para que o resultado da perícia seja divulgado não foi informado.

Presos

Dois homens que tiveram contato direto com os reféns estão detidos na penitenciária de segurança máxima PB-I, em Jacarapé, onde aguardam decisão da Justiça sobre as denúncias que serão oferecidas pelo Ministério Público.

Francis Prado Figueiredo de Lyra está sendo indiciado por seis crimes diferentes: homicídio doloso qualificado do soldado Joelton Ribeiro Carneiro, três tentativas de homicídio contra os policiais que estavam com o soldado Carneiro, duas extorsões mediante sequestro consumadas, quatro cárceres privados contra a família do empresário que ficou por quase sete horas nas mãos dos sequestradores, formação de quadrilha armada e porte ilegal de arma de fogo de uso restrito.

Já o acusado Leandro Carvalho Leite vai responder por todos os crimes atribuídos a Francis, mas no limite de sua participação. Ele só não foi indiciado por porte ilegal de arma, mas de uso permitido de uma pistola.