POLÍTICA
Joás proíbe juiz preso de usar o aparelho celular
Juíz preso na 'Operação Astringere' tem usado telefone celular dentro da prisão.
Publicado em 08/08/2013 às 6:00 | Atualizado em 14/04/2023 às 15:20
O desembargador Joás de Brito Pereira determinou que o comandante da Polícia Militar proíba qualquer tipo de regalia para o juiz José Edvaldo Albuquerque de Lima. O magistrado está preso no Centro de Ensino da Polícia Militar e tem usado telefone celular para se comunicar com as pessoas fora da prisão, inclusive concedendo entrevista aos órgãos de imprensa. Com a saúde debilitada por conta de uma greve de fome, ele deu entrada ontem no Hospital Samaritano.
Por telefone, o juiz conversou com a reportagem do JORNAL DA PARAÍBA e disse que como magistrado tem direito a um tratamento especial. “Eu estou sendo tratado como um preso comum”. José Edvaldo revelou que só vai encerrar a greve de fome quando for ouvido por um membro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). “Eu prefiro a morte a estar dentro de uma cadeia sem ter feito nada”.
Na entrevista, o magistrado afirmou que estava sendo vítima de perseguição pelo desembargador Joás, relator do caso da Operação Astringere, deflagrada pela Polícia Federal e que resultou na sua prisão e de advogados envolvidos com a fabricação de multas judiciais. “Eu vou entrar com uma representação no CNJ contra ele”, disse. Sobre o uso de telefone de dentro da prisão, ele negou que tenha um aparelho à sua disposição e disse que as ligações são feitas dos telefones das pessoas que lhe visitam.
O desembargador Joás de Brito Pereira Filho prefere não polemizar sobre as acusações do juiz e informou que só vai se pronunciar nos autos da ação movida contra o magistrado. De acordo com a assessoria de comunicação do Tribunal de Justiça, ele teria ficado surpreso com o tratamento vip dispensado pela direção do Centro de Ensino da Polícia Militar ao juiz José Edvaldo. Joás inclusive renovou a proibição de qualquer regalia dentro da prisão.
O juiz José Edvaldo é acusado de comandar um esquema de fabricação de multas judiciais, em conluio com advogados, que funcionava no Fórum de Mangabeira. Ele foi denunciado por formação de quadrilha, corrupção passiva e abuso de autoridade.
Segundo as investigações, o juiz favorecia os advogados liberando alvarás com rapidez e definindo multas em dinheiro para aqueles que não cumpriam a ordem, segundo as investigações realizadas pela Polícia Federal.
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