Assaltos nos postos viram rotina e frentistas desistem do emprego

Aproximadamente a cada três dias um posto de combustíveis é assaltado em Campina Grande. Um levantamento realizado pelo Sindicato dos Revendedores de Combustíveis de Campina Grande aponta que de 1º de janeiro até a madrugada da última segunda-feira, já foram registrados 24 assaltos contra os estabelecimentos. Além dos prejuízos causados pelos roubos, alguns frentistas estão desistindo do emprego com medo das ações e isso tem preocupado a categoria.

Atualmente existem cerca de 680 profissionais cadastrados no Sindicato dos Frentistas de Campina Grande, segundo informou o presidente, Evanilton Almeida, mas semanalmente há pedidos de demissão e até ontem dez vagas estavam disponíveis. Os frentistas trabalham com medo, principalmente os que atuam após o anoitecer. “A verdade é que não tem mais hora para ocorrer os assaltos, mas o turno da noite ainda é muito temido pelos frentistas. Alguns até nos procuram em busca da vaga, mas quando são informados que irão trabalhar à noite, logo desistem, mesmo quando com adicional no salário”, disse.

O frentista de um posto no bairro do Catolé, de 33 anos, que não quis se identificar, disse que o medo de assaltos é constante e não tem hora para acontecer. “Desde a hora que chego até o momento em que saio do trabalho, fico com medo. Sabemos que a maioria dos assaltos é praticada por bandidos de moto. Isso já causa um certo pânico e sempre que chegam duplas de homens em motos eu já sinto um frio na barriga, pois já fico imaginado “vai ser agora” e isso nos aterroriza”, contou o trabalhador.

O presidente do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis de Campina Grande (Sindirev), Bruno Agra, disse que ontem procurou o Ministério Público para exigir maior segurança por parte dos órgãos públicos. “Há um projeto de integração de imagens de câmeras de seguranças entre estabelecimentos de polícia. Nós já temos um protótipo de um projeto desse e apresentamos. A ideia está sendo avaliada e pode ser concretizada em um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) ainda este mês”, disse ele.

Já o comandante do 2º Batalhão de Polícia Militar (2ºBPM), major Gilberto Felipe, disse que a polícia tem feito um grande trabalho de rondas na cidade e ainda ações integradas com blitzen e abordagens a suspeitos. Ele destacou que nos casos de roubo a estabelecimento, os bandidos costumam agir rápido e em motos, o que dificulta a ação da polícia devido à mobilidade na hora da fuga, mas ressaltou que as imagens das câmeras são fundamentais para o trabalho de identificação dos bandidos.

VÍDEO
Os bandidos têm agido de forma cada vez mais ousada, como mostra o vídeo de um assalto realizado em um posto de combustíveis no bairro do Catolé na última sexta-feira, registrado por câmeras de segurança e divulgado pelo proprietário do estabelecimento. Os acusados chegaram encapuzados, a pé, e fizeram um arrastão, roubando a loja de conveniência, clientes e frentistas do posto, localizado na avenida Vigário Calixto. A ação durou cerca de cinco minutos. O posto já foi assaltado duas vezes este ano.