Número de transplantes feitos na PB cresce 27%

O número de transplantes realizados na Paraíba teve um crescimento de 27% nos últimos 8 anos, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Transplantes de Órgãos. Conforme a entidade, em 2006, foram feitas 160 intervenções de córnea, rim, fígado e coração em todo o Estado, enquanto que em 2013, a quantidade saltou para 218, embora apenas cirurgias de córneas e rins tenham sido realizadas. Os dados foram divulgados no último domingo.

De acordo com Ana Maria Pontes, médica nefrologista que atua no Instituto Social de Assistência a Saúde (Isas), localizado em Campina Grande, esse crescimento é um reflexo do investimento que tem sido feito na área nos últimos anos.

Segundo a especialista, não apenas na estrutura hospitalar, mas também houve uma melhora na preparação dos médicos que têm se capacitado para ter condição de, por exemplo, realizar um transplante de rim por semana, em Campina Grande. “Em 2013 nós atingimos a média de um transplante de rim por semana. Temos trabalhado para identificar os potenciais doadores e buscar que a transferência de órgão possa ser realizada o mais rápido possível. Apesar desse aumento no número de transplantes, ainda temos uma fila de espera no Isas de 313 pacientes, além de precisarmos avançar na conscientização das famílias que têm parentes com morte cerebral a aceitar doar os órgãos para ajudar outras pessoas”, destacou.

A Paraíba, segundo explicou Gyanna de Melo Moreira, médica que participou do estudo feito pela Sociedade Brasileira de Transplantes, continua mostrando crescimento no número de transplantes renais, todos realizados em Campina Grande, enquanto que a equipe de João Pessoa está em processo de credenciamento. “O avanço no transplante de rim tem sido considerável. Esperamos que também cresça nos transplantes de fígado e coração, já que o Estado possui equipes transplantadoras credenciadas”, apontou a especialista.

E foi no ano que o Isas realizou mais transplantes de rim que Irani Bezerra, 43 anos, recebeu o órgão de seu irmão caçula.

Após 9 anos convivendo com problemas em seus dois rins com uma doença que atrofiava os órgãos, ela ainda passou 1 ano e 8 meses se submetendo a hemodiálise, até realizar o transplante. Após uma mobilização familiar para encontrar um doador compatível, foi do irmão Ivanildo Bezerra, 34 anos, que veio a notícia mais aguardada da vida dela. “O resultado dele foi compatível e nos preparamos para o transplante”, contou.

O sucesso da cirurgia que aconteceu no dia 23 de maio de 2013 foi tão grande, que em três dias o irmão doador já estava em casa, e com poucas semanas ela já apresentava um quadro de recuperação muito satisfatório para os médicos. “Não tivemos nenhum problema. A saúde dele continua normal, e nesse primeiro ano eu sigo orientações de uma nutricionista, mas nada comparado ao que passei. Após essa prova de amor do meu irmão, eu voltei a ter uma vida normal”, disse Irani Bezerra.