CULTURA
Diretor fala sobre a cinebio Heleno
Jogador de futebol Heleno, que viveu sua fase áurea na década de 40, tem sua trajetória contada em cinebiografia que estreia nesta sexta-feira (18).
Publicado em 18/05/2012 às 6:30
Nos anos 1940, antes da 'Era Garrincha', o jogador Heleno de Freitas (1920-1959) era considerado o 'príncipe' do Rio de Janeiro.
Jogando pelo Botafogo, frequentava os salões da sociedade carioca e era conhecido pelo seu temperamento explosivo. Sua indisciplina e a doença sifílica foram minando o que poderia ser uma grande jornada de glória nos campos futebolísticos.
"Talvez ele fosse o primeiro 'bad boy' do futebol", classifica o diretor José Henrique Fonseca em entrevista por telefone ao JORNAL DA PARAÍBA. "É um homem que incorpora a tragédia e o glamour ao mesmo tempo."
Heleno (Brasil, 2012), cinebiografia que estreia em João Pessoa nesta sexta-feira, mostra a história de um homem que o realizador carioca apenas ouvia falar quando era criança. "Fui atraído para fazer esse filme por me interessar por personagens que ficam em um beco sem saída", conta. "Sempre escutava histórias de um jogador de futebol que perambulava como um zumbi em Copacabana depois de sua fase áurea."
O realizador conta que a biografia de Marcos Eduardo Novaes, Nunca Houve um Homem como Heleno, serviu de base em boa parte da produção, mas que não foi apenas norteado pelo livro.
"É um filme mais sensorial. As questões de tempo e espaço estão ali, mas é um filme em cima da psique do Heleno", atenta.
De acordo com Fonseca, Heleno também agradará quem gosta de futebol, colocando o espectador dentro das margens do campo, mostrando os bastidores, reuniões e afins.
Com uma película em preto e branco, o longa também é a realização de um sonho do diretor, invocando outros tempos.
"Isso ajuda o espectador a abraçar a história, transportando-o para a época glamurosa do Rio de Janeiro", analisa.
José Henrique Fonseca garante que a escolha do amigo Rodrigo Santoro para incorporar o protagonista vai além das semelhanças físicas do astro com o personagem. "Rodrigo é um ator tão dedicado que gosta de mergulhar no escuro em um projeto. Ele se joga mesmo. Eu não conseguiria fazer o filme sem ele."
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