ECONOMIA
Evitar apagão pode elevar tarifas
Custos para aprimorar sistema de transmissão e evitar quedas simultâneas de linhas podem refletir no bolso do usuário.
Publicado em 12/09/2013 às 6:00 | Atualizado em 14/04/2023 às 17:24
O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, avaliou que o aumento da segurança do sistema de transmissão de eletricidade, capacitando-o para suportar quedas simultâneas de linhas de transmissão tem um custo, que pode impactar as tarifas. "Contingenciar o sistema para uma ocorrência dupla custa mais e essa segurança não pode ser a qualquer custo. É preciso dosar a segurança com a modicidade tarifária", afirmou, em audiência pública na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados.
O apagão ocorrido na Região Nordeste no fim de agosto ocorreu porque duas linhas foram atingidas por queimadas, enquanto o sistema nordestino suporta a queda de apenas uma linha. Rufino lembrou que a Aneel abriu um processo de fiscalização sobre as empresas que administram as duas linhas afetadas - Taesa e Ienne - e explicou que algumas geradoras também estão sendo fiscalizadas para verificar se o processo de recomposição do fornecimento de energia foi feito da maneira adequada.
"A agência vai apurar os fatos de maneira rigorosa. O processo dá tempo para que os agentes se manifestem, e quem tiver culpa será responsabilizado", garantiu. O diretor-geral destacou ainda que a Aneel determinou que as duas empresas limpassem imediatamente a vegetação das faixas das linhas de transmissão e enviou de maneira preventiva um alerta para todas as outras transmissoras. "Estamos em um período crítico de queimadas que podem provocar ocorrências se não houver cuidado dos agentes".
BRASIL É 1º DO MUNDO
O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp, afirmou nesta quarta-feira, 11, que o relatório final sobre o apagão do Nordeste, ocorrido no fim de agosto, ainda não foi concluído, apesar de já terem sido identificadas a origem, as causas e as consequências do problema.
"Ainda faltam algumas análises mais específicas para a conclusão do relatório. Apesar de ser uma coisa desagradável, você pode aprender com esses eventos, disse Chipp, em audiência pública na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados.
Ele destacou que o Brasil está em primeiro lugar no mundo na recomposição de fornecimento de energia em apagões de grandes proporções. No caso do apagão no Nordeste, o retorno ocorreu em poucas horas, enquanto em uma ocorrência recente no Canadá teria havido mais de 24 horas de demora.
"Em uma hora, cerca de 30% da carga já havia sido restabelecida e em três horas e meia mais 90% da carga já estava normalizada. Em um apagão semelhante ocorrido no Nordeste em 2011, o tempo de restabelecimento foi de cinco horas. Já diminuímos duas horas e é possível reduzir mais", completou.
Para Chipp, a Região Nordeste deverá, em breve, passar por uma atualização para que o sistema aguente a queda simultânea de duas linhas de transmissão, como aconteceu em agosto.
O secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia (MME), Marcio Zimmermann, acredita que o apagão não teria ocorrido se apenas uma linha da região tivesse sido afetada pelas queimadas.
Comentários