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CULTURA

Simpsons faz 25 anos

Criado pelo americano Matt Groening, o desenho foi exibido pela primeira vez  em 1987 e completa 25 anos de crítica social e humor ácido.

Publicado em 18/04/2012 às 6:30


Alguns, talvez, não tenham idade para lembrar como tudo começou, mas amanhã vai fazer 25 anos que a acidez de Os Simpsons nos acompanha. O fato é que a família mais controversa e adorada do mundo, criada por Matt Groening, apareceu pela primeira vez em abril de 1987, em um programa de TV norte-americano. Apenas dois anos depois, aconteceu sua estreia como seriado de fato, na Fox.

A crítica constante à sociedade não deixa dúvidas: Homer, Marge, Bart, Lisa e Maggie têm seu jeito próprio de cativar. Com o humor politicamente incorreto, entre uma confusão e outra, a família sempre deixa seu recado. Seja um comentário sobre a política estadunidense, ou uma piada envolvendo ícones da cultura pop, as risadas sempre aparecem. Às vezes porque o que foi dito é verdade, outras porque a sinceridade dos amarelinhos ainda causa espanto.

Não é à toa que, frequentemente, se envolvem em uma polêmica.

Vide a abertura feita pelo artista britânico Bansky, que retratou a exploração infantil, lançada em 2010, e a aparição de Julian Assange, fundador do WikiLeaks, em fevereiro deste ano.

Para nós, ficou marcada na memória o dia em que eles nos visitaram. O que foi mostrado incomodou. Sequestro, macacos pelas ruas, o sotaque espanhol para retratar nossa língua e erotização. Afinal, por que nos poupariam, se nem os próprios problemas internos e externos dos EUA são ignorados? Para muitos foi um episódio de mau gosto, cheio de informações erradas. Mas, no mundo de Os Simpsons, nada é por acaso.

Ora, a imagem de um personagem estrangeiro aprendendo espanhol nos é humilhante? E a Amazônia sendo mostrada ao lado do Rio de Janeiro? Não são erros, são críticas. Não é novidade que lá fora essas imagens são recorrentemente repassadas.

Claro, não foi apenas isso. Macacos e cobras nas ruas, o sequestro de Homer e a sensualidade em programas infantis foram, sim, críticas a nós. Não era um Brasil para gringo ver, e sim para brasileiro pensar.

E é por essas e outras que esse não é, nem de longe, um desenho comum. Os Simpsons trazem à tona o melhor e o pior de nós e, mesmo assim, encanta. Afinal, achamos que são nossos amigos. Mas aviso: a recíproca não é verdadeira.

Imagem

Jornal da Paraíba

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