CULTURA
'Eles Voltam' abre a 4ª mostra
Em entrevista ao JORNAL DA PARAÍBA, o diretor relembra que a ideia inicial do filme aconteceu em 2006, quando ele ainda era universitário.
Publicado em 14/06/2013 às 6:00 | Atualizado em 14/04/2023 às 13:16
Os irmãos Cris (Maria Luíza Tavares) e Peu (Georgio Kokkosi) são abandonados na beira de uma estrada pelos próprios pais, castigados por brigarem constantemente durante uma viagem à praia.
Após algumas horas, percebendo que os pais não retornaram, Peu, o irmão mais velho, parte em busca de um posto de gasolina. Cris permanece no local, sem notícias de ambos, até decidir percorrer o caminho de casa.
Esse é o mote de Eles Voltam (Brasil, 2011), o único filme nacional na 4ª mostra Noite de Estreia, que pode ser visto hoje com a presença do diretor, o brasiliense radicado em Pernambuco, Marcelo Lordello.
Em entrevista ao JORNAL DA PARAÍBA, o diretor relembra que a ideia inicial do filme aconteceu em 2006, quando ele ainda era universitário, em forma de curta. “Aí, fiz outros filmes (dentre eles o documentário Vigias), casei, tive filho e, em 2010, não sentia mais representado por ele”.
De acordo com o cineasta, Eles Voltam “deixou de ser um filme de construção da individualidade” para ser sobre “a consciência do ‘eu’ a partir das descobertas dos outros”.
Com cerca de 90% do elenco feito por atores não-profissionais, o primeiro longa de ficção de Lordello se baseia na pesquisa do provável caminho da protagonista, onde o realizador colheu depoimentos e histórias de outras realidades desconhecidas pelo próprio para agregar ao filme, como “um documentário não-filmado que oferece sinceridade ao enredo”.
“Eles Voltam é um painel bem pessoal do que eu acho do Brasil”, define Lordello. “Mas sem a vontade de criar um verdadeiro retrato do país”.
Para o diretor, o rito de passagem da personagem principal é apenas uma das camadas presentes no longa, onde ele agrega outras questões como a compreensão política, social e outros valores questionados.
A produção ganhou como Melhor Filme, Atriz (Maria Luiza Tavares) e Atriz Coadjuvante (Elayne de Moura), além do prêmio da crítica no 45º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. (AJ)
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