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COTIDIANO

Justiça interroga 19 sobre barbárie na PB

Sete acusados de 'estupro coletivo' foram ouvidos em audiência nesta segunda-feira (5) três adolescentes e três vítimas também foram ouvidos.

Publicado em 05/06/2012 às 6:00


A primeira audiência de instrução, que dará continuidade ao processo contra os sete homens acusados do ‘estupro coletivo’ em Queimadas, no Agreste paraibano, foi realizada ontem e ouviu 19 pessoas. Os três adolescentes acusados e as três mulheres sobreviventes à barbárie também prestaram depoimentos como testemunhas de acusação na 1ª Vara Criminal da cidade. Os sete acusados tiveram seus depoimentos adiados para o próximo dia 11 de maio.

Existe ainda a possibilidade de mudança no depoimento de um dos acusados, de acordo com o Ministério Público. Segundo o advogado assistente do Ministério Público, Félix Araújo Filho, também consta nos autos do processo o resultado do exame de balística, realizado nas duas vítimas fatais do crime, comprovando que a arma apreendida com Eduardo dos Santos Pereira é a mesma dos projéteis recolhidos nos corpos de Isabela Pajuçara e Michelle Domingues. “Porém, não foi realizado exame de resíduos de pólvora nos acusados”, disse. A oitiva foi marcada por um protesto silencioso na área externa que dá acesso ao Fórum de Queimadas. Mais de 20 mulheres se reuniram de caras pintadas, com cartazes pedindo o fim da violência contra o sexo feminino.

Um esquema de segurança com mais de 30 policiais e oito viaturas foi montado para garantir a integridade dos depoentes.

“Este crime bárbaro precisa ser punido com todo o rigor da lei.

Não cansaremos da denúncia e cobrança por justiça, pois atos como este não serão aceitos pela sociedade, para que a igualdade e liberdade permeiem a vida das mulheres em sua plenitude”, informaram em uma nota de repúdio que uniu diversas entidades em defesa das vítimas.

Devido à rebelião ocorrida nos presídios PB1 e PB2, em João Pessoa, a Secretaria de Estado da Defesa e Segurança (Seds) entrou em acordo com o Ministério Público da Paraíba (MP) e advogados das partes, que resolveram adiar as oitivas dos sete acusados que estão presos na capital. “Houve um acordo entre as partes, pela segurança dos envolvidos. Sendo assim, não existe possibilidade de depois pedirem qualquer anulação do julgamento por causa desse adiamento”, informou Félix Araújo Filho, que acredita na condenação dos réus.

Imagem

Jornal da Paraíba

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