VIDA URBANA
Ribeirinhos sob ameaça em JP
Período de chuvas e cheia do Rio Jaguaribe preocupa comunidade de ribeirinhos, que sem perspectivas, continuam vivendo nas áreas de risco.
Publicado em 20/04/2012 às 6:30
Famílias ribeirinhas da comunidade Novo Horizonte, no Cristo Redentor, em João Pessoa, continuam apreensivas com a falta de perspectivas para deixar o local, que é precário em infraestrutura e saneamento básico. Pelo menos 39 delas já deixaram suas casas, através do auxílio-aluguel da Prefeitura de João Pessoa, mas a maioria continua convivendo com os riscos de desabamentos e de cheia do Rio Jaguaribe, que deve aumentar o volume com a chegada das chuvas na capital.
Para agravar ainda mais a situação, a Defesa Civil de João Pessoa não tem nenhuma ação preventiva planejada para os próximos meses. Conforme explicou o coordenador do órgão, Noé Estrela, as famílias ribeirinhas de Novo Horizonte foram cadastradas pela Secretaria de Mobilidade Urbana de João Pessoa (Semob) e estão aguardando para serem transferidas para as novas moradias do programa Minha Casa, Minha Vida, do Governo Federal, na Comunidade Vale das Palmeiras.
“Não há nenhum planejamento para retirar as famílias que moram na região porque há essa expectativa de que sejam transferidas para esse novo local. As que corriam maior risco já foram retiradas e o que faremos é ficar em alerta para o registro de alguma ocorrência”, disse.
Uma das que ainda mora em área de risco na Novo Horizonte é a dona de casa Maria das Dores Oliveira, 57 anos, que vive em um casebre de alvenaria, com as paredes rachadas e parcialmente destelhado, com dois filhos e cinco netos. O temor dela, no entanto, é com a choupana construída ao lado para que outro filho pudesse morar com a família. “Eles estão cadastrados para ganhar uma casa, mas está demorando muito. Então a gente construiu aqui mesmo essa casinha até que a situação deles se resolva”, afirmou
A nora de Maria das Dores, que tem 15 anos e um filho de nove meses, disse que não vê a hora de sair de lá e viver em um lugar melhor com seu esposo. “Estamos esperando o apartamento que o governo prometeu à gente. Minha sogra diz que quer ficar aqui na comunidade, mas eu quero é uma vida melhor pra gente”, disse.
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