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POLÍTICA

Peemedebistas paraibanos divergem sobre futuro de Dilma

Hugo Motta discordou da posição de Manoel Júnior, que defendeu na última segunda-feira a renúncia da presidente.

Publicado em 13/08/2015 às 7:34

Durante uma visita de cortesia ontem à Assembleia Legislativa, o deputado federal Hugo Motta (PMDB) deu provas de que nem os peemedebistas paraibanos com “sede” em Brasília são unânimes em relação à continuidade do governo da presidente Dilma Rousseff. O deputado discordou da posição do deputado federal Manoel Júnior (PMDB), que defendeu na última segunda-feira a renúncia da presidente. Para Motta, essas “sugestões” não ajudam o país encontrar uma saída para o momento de crise. “A evolução para um processo de afastamento da presidente que foi eleita legitimamente pelo voto popular tem que ter uma justificativa muito clara”, disse o parlamentar, que preside a CPI da Petrobras, investigação que coloca o governo a todo tempo em uma saia justa.

Para Hugo Motta, o Brasil precisa se unir, não pela presidente Dilma, mas para enfrentar a crise.
“O parlamento brasileiro tem que ter responsabilidade. Nós temos que respeitar a democracia e o voto popular. No momento, nós temos que procurar saídas para a crise. Se amanhã ou semana que vem tiver algum motivo que justifique o pedido de renúncia ou a abertura de um processo de impeachment da presidente, vamos debater com muita maturidade, mas antecipar esse debate de maneira não comprometida com esse momento não é correto”, declarou o deputado.

Na última segunda, o deputado Manoel Júnior disse que a situação de Dilma é “insustentável”. O parlamentar chegou a dizer que se estivesse na posição dela, renunciaria. Júnior, no entanto, tratou de livrar o PMDB de culpa e sugeriu que o vice-presidente Michel Temer (PMDB) tem todos os requisitos para assumir a Presidência. “A renúncia não é bilateral, é unilateral. Michel Temer está no governo, mas não foi responsável por tudo que está aí. Nas horas de crise é convocado e o PMDB sempre esteve presente em todos os momentos de dificuldades”, disse, durante reunião da Frente pelo Desenvolvimento de João Pessoa, que reúne nomes de oposição ao prefeito da capital, Luciano Cartaxo.

Embora se mantenha na base do governo, Manoel Júnior não descartou deixar a bancada, como fez o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB). “Acho que Dilma vem errando circunstancialmente desde o primeiro governo”, disse. Já Hugo Motta diz que segue a orientação do partido. “Nesse momento, deixar de ser o fiel da governabilidade não prejudica a presidente Dilma, mas o país”, defendeu. Contudo, caso haja uma evolução na gravidade dos casos de corrupção em investigação - um motivo plausível, segundo ele - o assunto será debatido.

O parlamento brasileiro tem que ter responsabilidade. Temos que respeitar a democracia e o voto popular. No momento, temos que procurar as saídas para a crise. Se amanhã ou semana que vem tiver algum motivo que justifique o pedido de renúncia ou a abertura de um processo de impeachment da presidente, vamos debater com muita maturidade, mas antecipar esse debate não é correto. Hugo Motta (deputado federal)

A situação de Dilma é insustentável. Se estivesse na posição dela renunciaria. A renúncia não é bilateral, é unilateral. Michel Temer está no governo, mas não foi responsável por tudo que está aí. Nas horas de crise, ele é convocado, e o PMDB sempre esteve presente nos momentos de dificuldades. Nesse momento, deixar de ser o fiel da governabilidade não prejudica a presidente Dilma, mas o país.
Manoel Júnior (deputado federal)

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Jornal da Paraíba

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