Ricardo faz balanço e anuncia investimentos para 2012

O governador Ricardo Coutinho (PSB) anunciou ontem que o Estado alcançou a situação de legalidade, atingindo o índice prudencial de 46,55% de comprometimento da receita corrente líquida com despesas de pessoal, e anunciou investimentos na ordem de R$ 2,6 bilhões para 2012. Os anúncios aconteceram durante entrevista coletiva concedida à imprensa, no Palácio da Redenção, em que o governador prestou contas e fez um balanço do seu primeiro ano de governo. Na área política, o chefe do Executivo estadual admitiu a falta de sintonia com a sua bancada de sustentação, reconhecendo que muitas vezes houve falta de informação e esclarecimentos por parte do governo aos parlamentares aliados.

Quanto à Lei Orçamentária Anual (LOA) para o exercício de 2012, aprovada pela Assembleia, o socialista não garantiu sancionar as emendas parlamentares. E disse que as emendas que propõem a anulação de recursos da Comunicação demonstram medo por parte da oposição. “Eu vou analisar. Aquilo que não for possível aceitar será naturalmente vetado”, disse.

O governador comentou a relação com o Legislativo e, apesar de agradecer a aprovação dos projetos do governo, mandou um recado à bancada: “Sempre é possível fazer um pouco mais e um pouco melhor”. Disse, ainda, que espera que haja uma maior concordância com o projeto do governo, até porque “ninguém é obrigado a ser situação”, disse.

Mas atribuiu os desencontros de ideias com a bancada à falta de informações por parte do governo em virtude das atribuições do dia a dia. “O governo não vai atender tudo, não pode atender tudo, e nem pode ser atendido em tudo”, disse, esperando a adesão dos deputados pelo convencimento e pelas ideias. “E se faltou informação da nossa parte, nós vamos municiar muito a nossa bancada no próximo ano, esperando que todos possam estar dentro desse espírito”, arrematou, garantindo que não há qualquer sequela.

Um tema polêmico que a bancada de oposição andou usando para atacar o governo diz respeito à liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) que suspendeu a “bitributação” em compras na web. Ricardo Coutinho informou que vai apelar para o Pleno do STF para reverter a decisão. “Essa é uma pauta dos governadores de Estado, da própria presidente da República e do Brasil, porque estamos diante de algo muito sério. Estamos diante de uma concorrência predatória que é baseada no imposto, e não na diminuição do preço”, argumentou o chefe do Executivo, que é contra o imposto ficar no Estado que vende, em vez de ser recolhido pelo Estado que consome.