POLÍTICA
Conflito interno impede PT de chegar ao poder na PB
Com terceiro mandato na Presidência da República, o PT não decola no Estado.
Publicado em 22/04/2012 às 8:00
O Partido que tem a Presidência da República não consegue unir forças para vencer as eleições na Paraíba. Assim é o Partido dos Trabalhadores (PT), que parte para mais uma eleição dividido, sobretudo em João Pessoa, o maior colégio eleitoral do Estado.
O PT já tem uma pré-candidatura definida pela sua militância na pessoa do deputado Luciano Cartaxo, que foi vereador de João Pessoa e vice-governador do Estado e sonha ocupar a cadeira de prefeito. Ele cumpriu todas as etapas para ter seu nome aprovado. Todavia, existe ainda um segmento do partido que luta por fazer uma aliança com o PSB.
A ala dissidente é liderada pelo grupo do deputado federal Luiz Couto. Ele disse que respeita a tese vitoriosa da candidatura própria, mas ainda vê chances de uma composição com o PSB.
As negociações com os socialistas passam pelas eleições de São Paulo. Lá o PT tenta conseguir o apoio do PSB em torno da candidatura de Fernando Haddad. Em troca, o PT abriria mão de disputar as eleições em algumas capitais, incluindo João Pessoa.
O deputado Luciano Cartaxo trabalha para unir o partido em torno do seu nome. “Esse é um processo que nós vamos construir dialogando, conversando muito, mostrando a importância desse partido para a sociedade pessoense. Nós vamos continuar consolidando e temos certeza que a médio, longo prazo a gente tem essa definição em relação ao PT bastante unificado. Não diria 100%, mas diria que a gente vai ter um PT unificado em torno de 70% a 80% junto nessa campanha”, afirmou Cartaxo.
Na eleição de 2008, o PT fez uma aliança com o PSB, não tendo nenhuma participação na chapa majoritária. O PSB venceu a eleição com uma chapa puro sangue, formada por Ricardo Coutinho e Luciano Agra. O deputado Luciano Cartaxo acha que agora chegou a vez do PT disputar a eleição com candidatura própria. “Assim como o PT cresceu no Brasil todo, chegou o momento de crescer na Paraíba. A começar por João Pessoa”, observa Cartaxo.
Segundo ele, o PT tem de parar com as brigas internas e pensar grande. “Nós temos esta compreensão que não dá mais para perder tempo com picuinhas, com disputas menores, com guerras internas. O momento é do PT se apresentar com a responsabilidade que tem hoje, de governar o país pela terceira vez e o desafio de governar João Pessoa. Esse é o momento da gente olhar adiante, a gente esquecer a disputa interna e começar a pensar na cidade. O PT tem que pensar grande e nós vamos trabalhar com a militância, porque entendemos que temos um momento histórico na vida do partido. Nós já tivemos essa oportunidade anteriormente e não aproveitamos. Agora é o momento da gente consolidar uma vitória em João Pessoa”, afirmou.
Com mais de 20 anos de militância, Luciano Cartaxo disse que não fez nenhum tipo de exigência ao partido para se candidatar a prefeito. Ele destacou que seu nome teve a aprovação das bases petistas. “Eu não pedi regalias, eu não pedi condições especiais para ser candidato pelo PT. Eu aceitei todo processo elaborado pela direção nacional, as regras do partido, regimento interno, estatuto, e aceitei passar por todos os trâmites necessários para consolidar a nossa pré-candidatura, porque entendo que é importante ser candidato a prefeito, preservando a coerência, preservando a origem, preservando a história. Aceitei as regras, consolidamos a nossa pré-candidatura, que é resultado da decisão de quase três mil filiados. Então, a gente sai numa posição muito confortável, legitimada, exatamente pelos militantes, pelas bases do partido e acredito que agora é o momento da gente avançar cada vez mais no debate com a cidade. Nós estamos vivendo um outro momento, que é exatamente o diálogo com a sociedade pessoense”, pontuou.
Para ele, não existe mais espaço para discussão de uma aliança com o PSB, que tem a pré-candidatura da ex-secretária de Planejamento Estelizabel Bezerra, cujo nome foi lançado após a decisão do prefeito Luciano Agra de não disputar a reeleição.
“Está superada aquela discussão de política de aliança com o PSB. Nós estamos numa fase de trabalho”, acentuou Luciano Cartaxo, que disse estar de mão aberta para todos os companheiros do PT que pensam diferente. “Lugar de petista é na candidatura do PT. Lugar de petista é nas ruas, acompanhando a militância do PT”.
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