VIDA URBANA
Presos denunciam água contaminada com esgoto; CNJ investiga
Conselho Nacional de Justiça vai investigar a denúncia que detentos do presídio de Segurança Mázima de Cajazeiras, Sertão da PB, estariam bebendo água contaminada com esgoto.
Publicado em 08/02/2011 às 9:47
Da Redação
Com CNJ
O Conselho Nacional de Justiça vai investigar a denúncia de que os detentos do presídio de Segurança Máxima de Cajazeiras, Sertão da Paraíba, estariam bebendo água contaminada com esgoto. O CNJ também vai invesitgar a denúncia de racionamento de água, os presos estariam bebendo apenas um copo de água por dia.
Duarante o Mutirão Carcerário do CNJ na semana passada os detentos fizeram a denúnica. Segundo eles, o mesmo açude que recebe o esgoto produzido diariamente pelos 172 detentos também fornece a água para ser bebida. Segundo os detentos, quando falta água no presídio, um carro-pipa recolhe o material do açude poluído abastecer a unidade.
O coordenador do mutirão na Paraíba, juiz Paulo Irion, recolheu denúncias semelhantes ao percorrer as instalações da penitenciária. “Não é possível adiantar o que incluiremos no relatório final, mas pediremos providências imediatas. É desumano viver sem água nessa região”, afirmou.
O racionamento força os presos a usarem baldes e garrafas PET para guardar a água que bebem, a mesma que é usada para cuidar da higiene pessoal e fazer funcionar as descargas da casa prisional.
Quando algum preso adoece, muitas vezes por causa da má qualidade da água, a direção do presídio chama o Samu ou uma viatura da instituição para levar o preso ao hospital porque médico só visita a unidade a cada duas semanas.
Racionamento
Tanto a população carcerária quanto os funcionários da unidade, em funcionamento há apenas seis meses, confirmam a frequente carência de água. Os presos são unânimes em afirmar que só podem contar com um copo d´água por dia, na hora do almoço. “Se não fossem os agentes e nossas famílias, que nos trazem água de fora, morreríamos de sede”, conta um detento que prefere não se identificar.
Direção e secretaria
O diretor da instituição, José Antônio de Almeida Neto, admite que a alternativa dada para fornecer água ao edifício é problemática e espera uma solução definitiva, como a ligação do presídio ao sistema de abastecimento de água do município paraibano.
O secretário de Administração Penitenciária do Estado, José Alves Formiga, disse que conta com o apoio de todas as instituições ligadas à questão carcerária (Tribunal de Justiça, Defensoria Pública e Ministério Público do Estado e organizações não-governamentais, além do próprio governo do estado) para dar uma resposta à precária infraestrutura de muitos presídios do estado.
Presídio
Embora receba detentos definitivos e provisórios desde agosto do ano passado, o prédio ainda não foi inaugurado oficialmente. Uma decisão judicial ordenou a transferência imediata dos presos da então superlotada Cadeia Pública de Cajazeiras para o presídio que demorou 12 anos para ser construído, independente de cerimônia de inauguração.
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