ECONOMIA
Endividamento cai na Região Metropolitana de João Pessoa
Queda aconteceu em março.Fecomércio também apontou aumento na indadimplência.
Publicado em 23/04/2014 às 19:17
O índice de endividamento do consumidor na Região Metropolitana de João Pessoa caiu 1,77 % no mês de março, na comparação com fevereiro. O número é da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pelo Instituto Fecomércio de Pesquisa Econômicas e Sociais da Paraíba (IFEP) e divulgada nesta quarta-feira (23). O levantamento apontou também o aumento na taxa de inadimplência.
A pesquisa constatou que, em março, 74,73% dos consumidores possuíam algum tipo de dívida voluntária (parcelamentos de cartão de crédito, cartão de loja, cheque especial ou qualquer tipo de financiamento) contra 76,50% no mês anterior. Na comparação com o mesmo período de 2013, a taxa de endividamento também apresentou uma queda, com 2,85 % a menos, uma vez que em março do ano passado o percentual de endividados foi de 77,58%.
“A redução verificada na taxa de endividamento do consumidor paraibano em março de 2014 pode ser atribuída, em parte, a uma certa cautela do consumidor em adquirir novas dívidas decorrente de fatores como taxa de juros elevada, aumento da inflação, além do pagamento de impostos que normalmente acontece nos três primeiros meses do ano, como IPTU e IPVA, que oneram o orçamento doméstico e resulta numa redução do nível de endividamento”, afirmou o presidente da Fecomércio Paraíba, Marconi Medeiros.
Na análise por gênero, as mulheres apresentaram uma queda maior do endividamento (1,96 %), enquanto os homens reduziram 1,48%. Por faixa salarial, os consumidores com rendimentos de até dois salários mínimos foram os que mais reduziram as dívidas (2,11 %), seguidos pelos que ganham de três a quatro salários mínimos (1,65 %). Com relação à idade, as pessoas entre 48 e 58 anos tiveram a maior queda de endividamento (2,60 %).
Entre as razões apontadas para o surgimento das dívidas, mais uma vez o cartão de crédito foi o mais citado, com 74,46% dos consumidores. Em segundo lugar aparece o financiamento de veículos (14,39%), seguido pela prestação da casa própria (8,27%), carnê de loja (7,55%) e cheque especial (6,12%). Neste quesito, o entrevistado podia citar mais de um item, por isso o somatório ultrapassa 100%.
Segundo o levantamento da Fecomércio, os consumidores apresentaram, em média, 38,18% de comprometimento de sua renda mensal com pagamento de dívidas. Este resultado ficou praticamente estável com relação a fevereiro de 2014, quando o percentual foi 38,15%. As mulheres (40,46%) comprometeram mais a renda com dívida do que os homens (35,43%). Por faixa etária, os consumidores entre 26 e 36 anos foram os que apresentaram a maior taxa de comprometimento da renda com dívidas (40,52%).
Por renda, os consumidores que recebem até dois salários mínimos foram os que mais comprometeram a renda com pagamento de dívidas (48,71%). O número, de todos os segmentos, ultrapassa o ideal recomendado, que é de 30% da renda líquida comprometida para pagamento de dívidas.
Inadimplência
De acordo com os dados da pesquisa, a taxa de inadimplência (consumidores que não podem quitar as contas atrasadas em um prazo de 90 dias) registrou 7,50% em março. O percentual representa uma leve alta de 0,52 %, já que em fevereiro o número de inadimplentes atingiu 6,98%. O estudo mostrou, ainda, que 14,39% dos consumidores possuem contas em atraso, uma taxa levemente maior comparada ao mês anterior, quando os endividados com contas atrasadas somavam 14,05%.
A principal razão pelas contas em atraso, de acordo com entrevistados, é a falta de planejamento nos gastos domésticos (49,50%). Em seguida, aparecem motivos relacionados à inflação (11,00%), desemprego na família (8,75%) e não recebimento do montante destinado à compra para terceiros (7,80%). A maioria dos consumidores com contas atrasadas (57,50%) tentou renegociar suas dívidas. Destes, 30,43% não encontraram impedimentos para negociar. Os demais apontaram as seguintes dificuldades: elevada taxa de juros (39,13%), a falta de recursos financeiros (34,78%) e os prazos curtos para pagamento (17,39%). Os casos em que os credores não admitiram renegociação correspondem a 4,35%.
Os dados da pesquisa foram coletados durante os 10 primeiros dias do mês com cerca de 390 consumidores na Região Metropolitana de João Pessoa, escolhidos de forma aleatória com a exigência de possuir renda e ser maior de idade.
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