'Red Hot' é atração do Rock in Rio neste sábado

André Cananéa

O Red Hot Chilli Peppers sobe ao palco do Rock in Rio neste sábado com disco novo. I’m With You (Warner, R$ 29,90, em média) é o 10º álbum da banda californiana que há quase 30 anos vem, embarcada numa mistura de rock, funk e rap, produzindo grandes hits, como 'Give it away', 'Under the bridge', 'Scart tissue', 'Californication', 'Otherside' e 'Dani California', entre tantos outros.

I’m With You é um disco que tem dividido os fãs. Para muitos, não entra no top 5 discográfico da banda. É a opinião deste crítico também. O CD é um autêntico Red Hot, mas não amarra a chuteira de Blood Sugar Sex Magic (1991) ou até do anterior, o álbum duplo Stadium Arcadium (2006), ambos produzidos por Rick Rubin, o mesmo que pilota os botões do novo trabalho.

Falta ao novo disco o carisma de hits produzidos em abundância, por exemplo, em Californication (1999), certamente o mais popular e o que trouxe a banda para as massas.

Parte do demérito de I’m With You é a falta que o guitarrista John Frusciante faz. O novato Josh Klinghoffer, que embora seja experiente (já acompanhou nomes como Butthole Surfers, Nine Inch Nails e PJ Harvey), não tem uma guitarra tão criativa e habilidosa quanto seu antecessor. Graças a isso, percebe-se que boa parte da força musical do RHCP vinha mesmo era do velho Frusciante.

No ponto em que se encontra o Red Hot Chilli Peppers, eles precisam se esforçar muito para estragar a fórmula musical que criaram. Os refrões crescentes, entoados com o vocal melódico e personalíssimo de Anthony Kiedis, o baixo impressionantemente versátil de Flea e a bateria pulsante de Chad Smith produzem faixas memoráveis, como ‘Annie wants a baby’, ‘The adventures of rain dance maggie’, ‘Hapiness loves company’, levada por um pianinho blugrass bem interessante, e ‘Did I let you know’, que surpreende pela pegada tropical inserida em meio à levada funkeada do quarteto.

Mas no conjunto, falta a I'm With You a pimenta que fizeram de Blood Sugar Sex Magic, Californication e até Freaky Styley (1985), discos de primeira linha lançados pela banda.