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CULTURA

Juventude restaurada

Relembrando três décadas sem Truffaut, 5ª edição do Festival Varilux exibirá  versão restaurada do clássico 'Os Incompreendidos'.

Publicado em 13/04/2014 às 6:00 | Atualizado em 19/01/2024 às 15:18

Desde os 7 anos de idade François Truffaut (1932-1984) era um ‘rato de cinema’. Na adolescência, fundou um cineclube e, como bom rebelde, foi preso ao desertar da carreira militar. Foi crítico cinematográfico assim como seu amigo André Bazin, mestre e figura paterna, e lançou seu primeiro longa-metragem em 1959.

Os Incompreendidos não é apenas um retrato de época. É um recorte autobiográfico da vida do seu realizador. Relembrando as três décadas sem Truffaut, a 5ª edição do Festival Varilux de Cinema Francês exibirá a versão restaurada do clássico em sessão única, às 15h40, no CinEspaço (MAG Shopping), em João Pessoa.

É considerado um dos marcos da chamada nouvelle vague – o movimento que rompia com a tradição clássica da cinematografia francófona que projetou nomes de cineastas como Jean-Luc Godard e Claude Chabrol.

Dedicado à memória do amigo Bazin, morto em 11 de novembro de 1958, o filme mostra o alterego do diretor, Antoine Doinel (vivido pelo ator Jean-Pierre Léaud), um garoto desprezado pela mãe (Claire Maurier, da primeira versão de A Gaiola das Loucas) e pelo apático padrasto (Albert Rémy, de Atirem no Pianista) que apresenta um rendimento escolar bem abaixo da média e, consequentemente, ‘mata’ as aulas do seu autoritário professor (Guy Decomble).

Sua rotina inclui idas ao cinema ou ao fliperama, pequenos furtos e mentiras ingênuas que desconhecem as consequências como assassinar a própria mãe para justificar sua ausência na escola.

O personagem apareceria em mais quatro filmes de François Truffaut: L'Amour à Vingt Ans (1962), Beijos Proibidos (1968), Domicílio Conjugal (1970) e O Amor em Fuga (1979), todos feitos por Jean-Pierre Léaud, que tinha 14 anos quando respondeu um anúncio que procurava alguém para interpretar um jovem problemático. Após fazer o teste com centenas de outros atores, sua capacidade de improvisar despertou a atenção do cineasta estreante.

Na época, o longa rendeu uma indicação ao Oscar na categoria de Melhor Roteiro Original e Truffaut recebeu o prêmio de Melhor Diretor no Festival de Cannes, evento onde sua exibição estarreceu o público pela espontaneidade e fluidez da película.

“Nunca um filme me emocionou tanto”, declarava o cineasta e dramaturgo Jean Cocteau (1889-1963). Henri-Georges Clouzot (1907-1977), diretor de O Salário do Medo (1953), afirmava que Os Incompreendidos foi “o filme mais sensível que vi desde o fim da Guerra”.

NOVO CARTAZ

Recentemente, uma onda de cópias restauradas vem invadindo o circuito comercial. Infelizmente, a Paraíba é um dos Estados que não dão cartaz aos clássicos remasterizados, salvo poucas exceções como essa sessão de Os Incompreendidos e a exibição de Cabra Marcado para Morrer (1984), de Eduardo Coutinho (1933-2014), projetado dentro da mostra Noite de Estreia em João Pessoa, no ano passado.

Para se ter uma ideia, o circuito comercial nacional passou filmes como Um Corpo que Cai (1958), de Alfred Hitchcock (1899-1980), Laranja Mecânica (1971), de Stanley Kubrick (1928-1999), Era uma Vez em Tóquio (1953), de Yasujiro Ozu (1903-1963), além de diretores mais ‘cults’ como o cineasta francês Leos Carax com Boy Meets Girl (1984) e Sangue Ruim (1986) ou o britânico Tony Scott (1944-2012) com o vampiresco e gótico Fome de Viver (1983).

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Jornal da Paraíba

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