Evolução da música

Se tem uma coisa que me incomoda é a evolução musical no país. Pode soar preconceituoso, mas sou daqueles que acham que a produção atual é descartável e não faz jus ao histórico de grandes composições da nossa história.
E se estamos em período de Copa, vamos lá aos exemplos. Quem nunca ouviu o clássico Prá frente Brasil, de Miguel Gustavo, que embalou o tricampeonato na Copa de 1970 e as Copas seguintes.

Noventa milhões em ação/Pra frente Brasil/Do meu coração
Todos juntos vamos/Pra frente Brasil/Salve a Seleção
De repente é aquela corrente pra frente
Parece que todo o Brasil deu a mão
Todos ligados na mesma emoção
Tudo é um só coração!

Em 1958, na primeira conquista brasileira, outra música que ficou marcada (e está até hoje) na fonografia nacional. A Taça do Mundo é Nossa, de Wagner Maugeri, Lauro Müller, Maugeri Sobrinho e Victor Dagô

A taça do mundo é nossa
Com brasileiro não há quem possa
Êh eta esquadrão de ouro
É bom no samba, é bom no couro

O Brasil não foi campeão mundial em 1982, mas a música Voa, Canarinho, de Júnior, é até hoje lembrada pela sutileza e beleza.

Voa, canarinho voa
Mostra pra esse povo que és um rei
Voa, canarinho voa
Mostra na Espanha o que eu já sei

Quatro anos depois, na Copa do México, outro hit de sucesso, apesar de novo fracasso brasileiros nos campos: Mexe Coração, de Michael Sullivan e Paulo Massadas, foi o tema que embalou o sonho do tetra - ainda mais com a participação mais do que especial de Arakén, o showman.

Mexe mexe coração
Vamos que vamos esta bola vai rolar...
Ginga lá, ô, ginga cá, Brasil
Vamos reviver mais uma vez a emoção
Copa do Mundo o Brasil é campeão...

A coisa começou a mudar a partir daí. A dolorida derrota na Copa de 1990 deixou o povo ressabiado. Tanto que em 1994, quando o tetra finalmente chegou, a música mais lembrada foi o Tema da Vitória, até em homenagem a Ayrton Senna.
Os hits desapareceram por completo na conquista do penta, em 2002. Nada mais de marchinhas, nada de jogadores-cantores. O título no Japão/Coréia ficou marcado pela música Deixa a vida me levar, de Zeca Pagodinho.
Fico preocupado com 2014, de como ficaria eternizada uma eventual conquista do hexacampeonato.
Principalmente depois que a Som Livre lançou ‘O Som dos Craques’, que tem a pretensão (?) de ser o CD para embalar a Copa no Brasil. Repertório que inclui, entre outras preciosidades, Beijinho no Ombro, de Valeska Popozuda, Ai se eu te pego, do newbeatle Michel Teló, Reboletion, de Parangolé, Eu quero tchu, eu quero tcha, de Parangolé, e o não menos famoso Lepo Lepo, imortalizado por Psirico.
Quer saber?
O futebol das antigas era bem melhor.

Semáforo

Sinal vermelho

Padrão Fifa? - A presidenta Dilma Rousseff parece que já desistiu de atender às exigências da Fifa. Tanto que, ao enaltecer o legado da Copa, começou a falar de ‘Padrão Brasil’, especialmente quando se refere aos aeroportos.

Sinal amarelo

Vitória econômica - A despedida da seleção japonesa de sua terra natal antes da Copa foi econômica. O Japão venceu o Chipre por 1 a 0, com gol de Uchida. Os nipônicos ainda fazem dois amistosos nos EUA, contra Costa Rica e Zâmbia.

Sinal verde

Na era da tecnologia - O técnico Luiz Felipe Scolari já tem à disposição a análise detalhada de 16 adversários da Copa. Tudo graças a um software inglês adquirido pela CBF e pelas observações do pentacampeão Roque Júnior.

Números da Copa

54projetos foram recebidos pela Fifa em 1974, com a intenção de se criar uma taça para substituir a Jules Rimet, conquistada definitivamente pelo Brasil na Copa de 1970, no México. A Taça Fifa, instituída na Alemanha, está em vigor até hoje.

17cidades-sede. Era o que pleiteava o governo brasileiro para a Copa do Mundo de 2014. A revelação é da própria Fifa, que por sua vez, queria reduzir o número para nove cidades. Depois de muita negociação, chegaram ao consenso de que 12 cidades poderiam abrigar o Mundial - mesmo que isso signifique o maior projeto de logística da história de todas as Copas.