POLÍTICA
Paraibanos estão entre congressistas do orçamento que abusam das faltas
Dezessete dos 42 titulares da comissão mista extrapolaram número máximo anual de faltas permitidas. Cícero Lucena (PSDB) e Efraim Morais (DEM) estão na lista.
Publicado em 30/06/2009 às 12:11
Da Redação
Com Congresso em Foco
De acordo com levantamento feito pelo Congresso em Foco, quase metade dos integrantes da Comissão Mista de Orçamento (CMO) extrapolou o limite de ausências permitido ao longo do ano pelo regulamento. Dezessete dos 42 parlamentares (Conheça a composição completa da Comissão) que compõem como titulares a CMO faltaram sem justificativa a, pelo menos, três reuniões consecutivas ou a seis alternadas das 14 realizadas desde o início dos trabalhos.
Entre os faltosos há dois paraibanos: o senador Cícero Lucena (PSDB), com nove faltas, sendo duas sequências de três faltas consecutivas, e Efraim Morais (DEM), com seis faltas, sendo uma sequência de três consecutivas.
Esse é o teto das faltas admitidas pela Resolução 1/06, que regula o funcionamento do colegiado. A CMO é a única de todas as comissões da Câmara e do Senado a prever punição para os faltosos. O artigo 9º da norma determina o desligamento imediato do titular que não comparecer, sem se justificar, a seis reuniões alternadas ou a três consecutivas ao longo de todo o ano legislativo.
Veja quem estourou o limite de faltas e as justificativas dos parlamentares.
Outros seis parlamentares estão no limite: dois faltaram às duas últimas reuniões e quatro deixaram de comparecer a cinco sessões. De acordo com a Resolução 1/06, cabe ao presidente do colegiado pedir aos líderes partidários que substituam os faltosos por outros representantes de seus respectivos partidos.
O campeão de faltas entre todos os 31 deputados e 11 senadores que fazem parte da Comissão Mista de Orçamento é o senador Cristovam Buarque (PDT-DF). O pedetista não compareceu a nenhuma das 14 reuniões realizadas até o último dia 17.
A CMO é considerada uma das comissões mais poderosas do Congresso porque orienta a distribuição dos recursos públicos federais para serviços essenciais, como saúde, educação, segurança pública e para obras de infra-estrutura. Nas duas últimas décadas também serviu de palco para dois escândalos que abalaram o Legislativo: o dos “anões do orçamento” e o da máfia das ambulâncias.
O atual presidente da comissão, senador Almeida Lima (PMDB-SE), descarta afastar os faltosos, como manda a norma interna, e diz que o objetivo da CMO não é punir ninguém. "Se todos os presidentes das comissões forem agir como manda o regulamento, nenhuma delas vai conseguir funcionar. Temos poucos senadores para muitas comissões. A vida não é feita só de linhas retas. É feita de linhas retas e sinuosas", avalia.
Mas há um detalhe: se não participarem de todas as votações em cada sessão, há desconto proporcional na remuneração dos deputados, atualmente de R$ 16.512,09. Os deputados que justificarem posteriormente suas ausências, no entanto, têm direito a reembolsar o valor descontado.
Em resposta à divulgação das faltas dos parlamentares ligados à Comissão Mista de Orçamento, o senador Efraim Morais, disse que está consciente das responsabilidades que tem na Comissão e que tem participado das reuniões e votações decisivas. No entanto, disse que enquanto o Governo não enviar o novo orçamento, não há muito a fazer na CMO.
"Eu não tenho participado de todas as reuniões e sessões deliberativas porque estou engajado em outras comissões que requerem muito mais a minha presença", explicou o senador que ainda falou sobre sua precandidatura ao governo do Estado. "Tenho visitado o interior e discutido propostas, mas tenho mesmo é que seguir o meu caminho de parlamentar".
O Paraíba1 tentou falar por com o senador Cícero Lucena para que o parlamentar pudesse falar a respeito de suas faltas nas sessões da Comissão Mista do Orçamento, mas ele não atendeu às ligações.
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