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COTIDIANO

Número de mortos na Líbia chega a 104, diz ONG

Segundo a Human Rights Watch, pelo menos 20 morreram só neste sábado.Milhares de pessoas têm protestado nos últimos dias contra o governo.  

Publicado em 20/02/2011 às 11:38

Do G1

Pelo menos 104 pessoas já morreram em consequência da violência na Líbia desde o início dos protestos contra o governo, na quarta-feira, de acordo com números divulgados neste domingo (20) pela ONG internacional Human Rights Watch.
Segundo a organização de defesa dos direitos humanos, o número inclui pelo menos 20 pessoas mortas no sábado (19) após as forças de segurança terem disparado com armas pesadas contra os manifestantes concentrados em Benghazi, a segunda maior cidade do país.

Milhares de pessoas vêm protestando nos últimos dias no leste do país contra o governo do coronel Muammar Khadafi, no poder há 42 anos.

"Nosso pesquisador na Líbia confirmou pelo menos 104 mortes," disse Tom Porteous, da HWR, para a agência France Presse por telefone. "É um cenário incompleto porque a comunicação com a Líbia é extremamente difícil", disse.

O controle do governo sobre as informações e sobre a internet dificulta a confirmação dos relatos das testemunhas em Benghazi.

A Líbia é um dos vários países árabes ou muçulmanos a enfrentar protestos pró-democracia desde os levantes populares que levaram à queda do presidente da Tunísia, Zine El Abidine Ben Ali, em janeiro.

Desde então, os protestos populares também forçaram a renúncia do presidente do Egito, Hosni Mubarak, no dia 11 de fevereiro.

Brasileiros na Líbia

O governo brasileiro disse que vai auxiliar na retirada de brasileiros que estão na cidade de Benghazi, um dos principais focos de protesto contra o governo da Líbia. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, 123 brasileiros estão na cidade. O embaixador brasileiro na Líbia, George Ney de Souza Fernandes, chegou a Benghazi neste sábado (19) e já conversou com representantes de brasileiros que moram na região. Parte dos brasileiros já expressou a intenção de ficar na cidade.

Controle da internet

Os relatos da situação na Líbia são vagos e esporádicos, depois que o governo passou a controlar o acesso à internet.

Um médico disse à BBC que a situação na cidade era "um inferno".

"Estou vendo pessoas feridas serem carregadas durante todo o dia. Elas foram alvejadas na cabeça e no peito, quebraram braços e pernas. Há tiroteios em toda a parte", disse.

Ele também sugeriu que mercenários estrangeiros pagos pelo governo da Líbia foram trazidos da África sub-saariana para atacar os manifestantes.
Outro morador disse à BBC que 40 pessoas teriam sido mortas neste sábado em um curto espaço de tempo.

"Por favor, por favor diga ao mundo que Khadafi está matando as pessoas sem motivos. São manifestantes pacíficos", disse.

"Ele está trazendo franco-atiradores africanos para atirarem nas pessoas nas ruas de Benghazi, agora está atacando a própria cidade com mísseis."

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Jornal da Paraíba

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