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COTIDIANO

Caminhão une três gerações em Campina

Filho e neto seguem carreira do seu Francisco, que nos anos 50 resolveu ser motorista.

Publicado em 11/08/2013 às 12:00 | Atualizado em 14/04/2023 às 15:55

O desejo de Francisco Dantas de Figueiredo, 76 anos, de ganhar as estradas do Brasil guiando um caminhão não deveria ser um indício de que suas duas próximas gerações seguissem o mesmo caminho. Mas, foi isso que aconteceu.

Acostumou-se a chegar em casa e ver seu filho, José Wagner, ajudá-lo a lavar o veículo, providenciar consertos ou brincar na carroceria, e foram os sinais para que ele visse seu único filho ganhar as estradas.

E mesmo após ouvir seu pai alertar para os perigos da profissão, e sugerir outras atividades profissionais, lá estava Wagner, hoje com 49 anos, vendo seu filho, Wagner Júnior, 25, desbravando as estradas e já sendo proprietário de um caminhão, revivendo as experiências que acompanham a família a cada chegada e partida.

“O tempo passou rápido. Eu comecei em 1953 fazendo três viagens por mês para São Paulo. Depois, não tinha destino certo. Eu só não achava que meu filho e neto iriam ser caminhoneiros, porque essa era a profissão que eu queria para mim, disse seu Francisco, que assim como filho e neto, mora em Campina Grande.

"Eu sonhava em estudar Direito, ou até mesmo Física, mas acabei abraçando essa profissão de motorista, e vendo meu filho hoje ganhando a estrada eu me sinto com o fôlego renovado”, afirmou Wagner.

A semelhança da história de Francisco, Wagner e Wagner Júnior é tão grande que o mais novo já está se preparando para conversar quando seu filho, de oito anos, crescer e começar a decidir que profissão irá seguir. “Ele não pode ouvir uma buzina que sai correndo para a porta, dizendo que sou eu que estou chegando. Eu fui assim também quando era pequeno. Cresci vendo meu pai dentro de um caminhão e, aos 15, já viajava para ajudar, narrou Júnior.

Dentre as dificuldades de passar tanto tempo dentro de uma cabine de caminhão, a saudade de casa para acompanhar o dia a dia da esposa, dos filhos e o convívio com outros familiares e amigos é a maior delas para os três.

“Foram mais de 40 anos rodando para cima e para baixo. Na época áurea do algodão, eu tinha viagem para todo o Brasil. Mas a sensação de dever cumprido quando chega em casa é muito grande”, disse seu Francisco, que não teve a mesma facilidade que seu neto para se sentir mais próximo da família.

“Hoje a gente fica se falando o tempo todo pelo celular, usa as redes sociais para ver as fotos dos filhos, para saber também onde eles estão, se estão se divertindo com a mãe. Para mim, está sendo mais fácil nesse aspecto do que na época do meu avô e de meu pai”, contou o jovem caminhoneiro.

FOTOGRAFIA

Das brincadeiras em casa com as máquinas fotográficas do pai, Mariana Dantas hoje não se vê exercendo outra profissão a não ser a de fotógrafa. Aos 24 anos, e há sete seguindo os passos do fotógrafo e professor universitário Cléper Dantas, ela conta que foi com a orientação do olho clínico do pai que descobriu o que quer fazer pelo resto da vida.

“Fui aprendendo com meu pai, e ele me orientando a partir dos meus erros. Ele sempre me deixou à vontade, mas minha escolha já estava feita: era a fotografia”, disse.

Para Cléper, o melhor caminho para a filha não seria com a câmera. Mas ele mesmo admite que, quando percebeu a seriedade dela com o trabalho, foi tarde demais. “Quando eu percebi, ela estava com 17 anos já assumindo a responsabilidade dos eventos. Antes ela só me acompanhava nas festas, dando um suporte, mas depois passou a pegar mais trabalho do que eu”, afirmou o fotógrafo.

FILHOS AJUDAM EM NEGÓCIOS DA FAMÍLIA

É comum em famílias de advogados e médicos, sobretudo pais e filhos, unirem-se para abrir escritórios e clínicas. O mesmo acontece em estabelecimentos comerciais: mesmo com a possibilidade de empregos em outras áreas, há quem prefira manter um negócio e unir a família também no ambiente de trabalho.

José Muriel Ribeiro começou, ainda criança, ajudando o pai na pequena marcenaria que os dois mantêm no bairro do Geisel, em João Pessoa. Aos 20 anos, ele não pretende abandonar o ofício que aprendeu. Segundo o pai do jovem, José Ribeiro, que trabalha há 20 anos com consertos e confecção de móveis, foi surpresa o filho seguir a mesma profissão dele.

“Quando ele era criança, prestava muita atenção no que eu fazia. Foi vendo e aprendendo e começou a gostar da profissão. Futuramente ele pode até abrir um negócio para ele”, acrescentou o marceneiro.

O mesmo espírito de empreendedorismo teve o comerciante Vicente de Paula. Há 15 anos ele mantêm uma lanchonete especializada em sucos no Centro de João Pessoa e além dos três filhos, dois netos trabalham no estabelecimento.

Apesar de ser formada em Pedagogia, Mônica dos Santos, uma das filhas de Vicente, atuou pouco na profissão e prefere trabalhar com o pai.

“Aqui nós todos temos a carteira assinada e trabalhamos como os outros funcionários. O bom é que estamos todos em família”, contou orgulhosa.

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Jornal da Paraíba

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