icon search
icon search
home icon Home > cultura
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
Compartilhe o artigo
compartilhar no whatsapp compartilhar no whatsapp compartilhar no telegram compartilhar no facebook compartilhar no linkedin copiar link deste artigo
compartilhar artigo

CULTURA

Em dias de Deus Globeleza

Em contrapartida a representação divina contemporânea, quadrinista Rafael Campos Rocha, lança o álbum 'Deus, Essa Gostosa'.

Publicado em 01/08/2012 às 6:00


Dispa Deus da toga, apare seus cabelos e a sua farta barba branca que oferece o sinal de sabedoria, retire o olhar severo de punição que lhe impõe o respeito pelo medo e imagine como uma mulher negra, curvilínea, proprietária de um sex shop e dona de uma libido que inclui o masoquismo.

Essa figura oposta ao ser divino tradicional é retratada pelo quadrinista Rafael Campos Rocha no álbum Deus, Essa Gostosa (Quadrinhos na Cia., 88 páginas, R$ 33,00), mostrando sete dias no cotidiano do Criador: uma rotina como qualquer outro mortal, com direito a bater um papo com o diabo comendo pastel de camarão no boteco da esquina, praticar boxe ou simplesmente ficar na cama no domingo, como fez quando criou o mundo.

“Ela é uma anarquista”, descreve o autor, em entrevista ao JORNAL DA PARAÍBA. “É uma figura de resistência a Deus.

Imaginei que ela seria uma pessoa legal e mais ligada à sexualidade”, conclui, já que lhe irrita a representação divina contemporânea como uma “figura do Imperialismo paternal”.

O Deus de Rafael Campos namora, gosta de uma ‘loira gelada’, convida amigos pensadores como o alemão Karl Marx e o russo Mikhail Bakunin (este último, um expoente do Anarquismo) para ver uma partida de futebol pela televisão e – como o seu ‘criador’ – também se irrita com a vida. “Ela é um ser mais cósmico, menos humanista e físsil”, comenta. “A sua ajudante do sex shop chega atrasada e ela não liga pra isso como todo o resto.”

Rafael aponta que o público feminino está respondendo positivamente ao álbum. "Comparo ela mais a Barbarella, que toma a iniciativa do desejo."

A personagem também é uma resposta a quadrinização que o norte-americano Robert Crumb fez recentemente do Velho Testamento. Em Gênesis (lançado no Brasil pela Conrad), o autor – que muitos idolatram como 'deus' – não foge do lugar comum e retrata o Criador como o Ocidente conhece no seu inconsciente.

TRILOGIA DIVINA
No início, para o ‘faça-se a luz’, Rafael Campos Rocha enviava via e-mail a série Tetralogia Cruciforme, onde Deus aparece “peladona e tomando champanhe” na segunda história, que envolve seu filho mais famoso, Jesus.

Depois de sua estreia, Deus começou a aparecer no blog do quadrinista www.rafaelcamposrocha.blogspot.com.br e também no jornal Folha de S. Paulo.

Atualmente, Rafael trabalha no segundo álbum, onde vai explorar os domingos da protagonista, explorando um pouco de tudo que gosta como a pancadaria das HQs de Jack Kirby e de terror.

Imagem

Jornal da Paraíba

Tags

Comentários

Leia Também

  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
    compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp
  • compartilhar no whatsapp