ECONOMIA
Exportação de calçados recua
Dados mostram que exportações de calçados no estado recuou 33,1% em relação ao mesmo período do ano passado.
Publicado em 24/02/2012 às 6:30
O ano de 2012 começou com grande redução nas exportações de calçados na Paraíba. Segundo dados divulgados pela Associação Brasileira de Indústrias de Calçados (Abicalçados), em janeiro deste ano, a quantidade ficou em 1,670 milhão de pares exportados saindo da Paraíba contra 2,509 milhões do mesmo mês do ano passado, o que representou uma queda de 33,1% em comparação com o mesmo período do ano passado.
A queda nas exportações acarretou também a redução no valor do faturamento com as vendas para países estrangeiros em 38,8%, fechando em US$ 5,465 milhões ante US$ 8,925 milhões de janeiro de 2011. No ano passado, apesar da redução na quantidade de pares exportados, o faturamento registrou crescimento em comparação com 2010 (8,4%), revelando o aumento do valor agregado dos calçados fabricados na Paraíba, em janeiro deste ano a redução no faturamento foi ainda maior que a retração no volume de vendas, chegando a 38,8%.
Apesar das reduções, a Paraíba continua ocupando a segunda colocação em volume de pares exportados, ficando atrás apenas do Ceará. A segunda colocação foi conquistada no último trimestre de 2011, quando a Paraíba superou o Rio Grande do Sul na quantidade de pares vendidos para outros países. A manutenção da posição aconteceu porque a retração nas exportações do setor calçadista foi ainda maior no estado do Sul do país, chegando a 45%.
Com relação ao faturamento, as empresas paraibanas, lideradas pela Alpargatas, ocupam apenas a quarta colocação no ranking nacional, atrás do Ceará, Rio Grande do Sul e São Paulo.
O presidente do Sindicato das Indústrias de Calçados da Paraíba, Eduardo Souto, proprietário dos calçados Havaí, entende que esta redução se deve à situação econômica da Europa, onde estão os principais clientes das indústrias brasileiras. “Desde 2011, os europeus não estão absorvendo muitos produtos externos. Mas a expectativa é que este ano seja de recuperação destes países e eles voltem a importar”.
Souto também destacou a concorrência com a China como outro ponto crítico nas exportações dos calçados. “Os chineses produzem a custo muito baixo, com mão de obra disponível 16h por dia e com vendedores espalhados pelo mundo”, ressalta Eduardo.
Esta disputa de mercado acontece também dentro do Brasil, segundo Eduardo Souto.
“Em todo comércio ambulante, estão os produtos chineses. Mas o Brasil tem criado barreiras fiscais e nossa esperança é voltar a ocupar o espaço dentro do país, melhorando nossos números neste ano”, destacou o representante dos calçadistas.
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