Indústria brasileira registra crescimento de 1,1% após duas quedas

Pesquisador do IBGE explica que mesmo com o crescimento registrado, ele não foi suficiente para recuperar as quedas registradas nos meses de fevereiro e março.

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

A indústria brasileira registrou um crescimento de 1,1% em comparação com o mês anterior. A alta vem depois de duas quedas consecutivas em janeiro e fevereiro de 2023. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), divulgada nesta quarta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Além disso, a produção da indústria teve um crescimento de 0,9% em comparação com março de 2022, mas continua com uma queda de 0,4% no ano e uma estabilidade acumulada de 12 meses.

Setores em crescimento

Ainda em comparação com fevereiro, a indústria avançou em 16 dos 25 ramos pesquisados pelo IBGE, com mais destaques para atividades de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (1,7%), máquinas e equipamentos (5,1%) e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (6,7%).

Produtos farmoquímicos e farmacêuticos (3,2%), equipamentos variados de transporte (4,8%), produtos químicos (0,6%), couro, artigos para viagem e calçados (2,8%) e produtos de minerais não metálicos (1,2%) também influenciaram no crescimento da indústria.

Produtos em queda

Apenas o segmento de produtos diversos se manteve estável, mas a confecção de artigos de vestuário e acessórios (-4,7%), móveis (-4,3%), produtos de metal (-1%) e outros oito segmentos apresentaram quedas.

Dentre as maiores categorias de da indústria brasileira, apenas três tiveram alta no mês de fevereiro para março: maquinário usado no setor produtivo (6,3%), insumos industrializados usados no setor produtivo (0,9%) e bens de consumo duráveis (2,5%). Os bens de consumo semi e não duráveis registraram um recuo de 0,5% neste período. 

O que diz o IBGE

De acordo com André Marcelo, pesquisador do IBGE, mesmo que tenha se registrado uma alta, ela não foi suficiente para recuperar as quedas nos meses de fevereiro e março.André ainda afirma que há elementos na conjuntura do Brasil que explicam as dificuldades na recuperação do setor industrial do país.

“Ainda permanecem no nosso escopo de análise as questões conjunturais, como a taxa de juros em patamares mais elevados, que dificultam o acesso ao crédito, a taxa alta de inadimplência e o maior nível de endividamento por parte das famílias, assim como o grande número de pessoas fora mercado de trabalho e a alta informalidade”, falou, André, segundo uma nota divulgada pelo IBGE. 

*Com informações da Agência Brasil.