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COTIDIANO

Cometa verde é observado no Brasil depois de 50 mil anos; saiba como ver na Paraíba

Astrônomos recomendam procurar um lugar distante dos centros urbanos, fugindo da poluição luminosa. Uso de binóculos e telescópios também é indicado.

Publicado em 01/02/2023 às 11:18 | Atualizado em 05/02/2024 às 17:25


                                        
                                            Cometa verde é observado no Brasil depois de 50 mil anos; saiba como ver na Paraíba
(Foto: Miguel Claro/Observatório Nacional).

O cometa verde C/2022 E3 (ZTF), que passa na terra a cada 50 mil anos, vai poder ser visto no Brasil a partir desta quarta-feira (1º), com uma melhor altura de observação a partir do dia 4 de fevereiro.

Segundo o Observatório Nacional, o cometa será visto mais alto no céu e com mais tempo de visibilidade. Por isso, o Jornal da Paraíba reúne algumas dicas de como ver o fenômeno aqui no estado.

Como ver o cometa verde?

Segundo o astro fotógrafo e membro da Associação Paraibana de Astronomia, Marcelo Zurita, o cometa pode ser visto na Paraíba a partir das 21h desta quarta-feira. No estado, o fenômeno não poderá ser visto de dia e será difícil a observação a olho nu.

"É recomendável que a pessoa se afaste da cidade e vá principalmente pra algum lugar onde não tenha nenhuma grande cidade na direção norte. A partir do início da noite, até mais ou menos a 00H, ele vai ficar visível por um bom tempo. Aqui não é observável a olho nu, apesar dele ter um brilho grande. Como ele fica próximo ao horizonte, ele tem um brilho difuso e muito difícil de ver sem uso de instrumentos", explica.

Já conforme o astrônomo Dr. Filipe Monteiro, pós-doc do Observatório Nacional, o cometa poderá ser visto a olho nu apenas se as condições do céu forem bastante favoráveis, como o céu escuro, sem Lua, e sem poluição luminosa.

Para isso, Monteiro recomenda o uso de binóculos, telescópios, câmeras fotográficas. Além disso, ele reitera a dica de Marcelo: procurar um lugar distante dos centros urbanos, fugindo assim da poluição luminosa. Para facilitar ainda mais a observação do cometa, o indicado é procurar por ele quando a lua não estiver mais no céu.


				
					Cometa verde é observado no Brasil depois de 50 mil anos; saiba como ver na Paraíba
Gráfico da posição do cometa no céu, a partir das 21h desta quarta-feira. (Foto: Reprodução/ Stellarium).. Gráfico da posição do cometa no céu, a partir das 21h desta quarta-feira. (Foto: Reprodução/ Stellarium).

“Se for sua primeira tentativa de localizar um cometa, tente em 10 de fevereiro de 2023, entre 19 e 21 horas, quando o cometa irá se encontrar muito próximo do planeta Marte. Uma estratégia que pode ser usada também por iniciantes, bem como os fotógrafos casuais, é tentar fotografar o cometa apontando sua câmera para sua localização aproximada no céu e tirando fotos de longa exposição de 20 a 30 segundos. Ao visualizar as imagens, possivelmente você irá notar um objeto difuso e com cauda. Usando essa técnica, muitos estão conseguindo fotografar o cometa mesmo que não o veja no céu”, explica o astrônomo. 

Esse poderá ser o primeiro cometa do ano visto a olho nu, e o primeiro após o cometa NEOWISE, que apareceu em 2020.

O que são cometas?

O Observatório Nacional explica que cometas são objetos feitos principalmente de gases congelados, rocha e poeira. Eles se tornam ativos à medida que se aproximam do sol por conta do calor que faz com que seu gelo se transforme em gás, em um processo de sublimação.

Muitos cometas de longo período conhecidos até hoje foram vistos apenas uma vez na história, visto que seus períodos orbitais são maiores que 200 anos, com alguns levando de 100.000 a 1 milhão de anos para orbitar o Sol.

Sobre o C/2022 E3

Descoberto em março de 2022, o cometa C/2022 E3 (ZTF) foi visto pela primeira vez no Observatório Palomar, na Califórnia. Ele possui um diâmetro relativamente pequeno, com cerca de 1 km e foi detectado ao passar pela órbita de Júpiter.

Segundo Monteiro, é possível saber que o cometa passou pela última vez pela Terra há cerca de 50 mil anos – quando a Terra ainda era habitada pelos neandertais – pelos cálculos de seu período orbital, tempo que um determinado objeto astronômico leva para completar uma órbita em torno de outro objeto.

Imagem

Lara Brito

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